A produção nacional tende a ser menor que o esperado anteriormente, levando estoques finais a testarem volume abaixo de 10 mi ton

Apesar do plantio da segunda safra de milho 2020/21 estar em processo de finalização no Brasil, os atrasos motivados pelo ciclo mais tardio da soja e também pelo excesso de chuvas em fevereiro e março já trazem impactos nas perspectivas de rendimento em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Em sua revisão de abril, a consultoria StoneX trouxe corte de 4,5% na produção da safrinha em relação ao número divulgado em março, ficando em 77,65 milhões de toneladas. Mesmo com a queda, o resultado ainda configuraria recorde.

“O corte da estimativa do Mato Grosso ficou perto de 3 milhões de toneladas. Mesmo com essas revisões, a safra de inverno ainda não está definida, com o clima em abril, e mesmo em maio, sendo determinante”, pondera a especialista de inteligência de mercado, Ana Luiza Lodi.

Balanceando as perdas esperadas para a segunda safra do cereal, o grupo trouxe um ajuste positivo para a produção da primeira safra de milho 2020/21, que passou para 25,63 milhões de toneladas, aumento de 230 mil toneladas frente a março. “Estados que plantam mais tarde e onde a safra ainda está finalizando o desenvolvimento, como Maranhão e Piauí, foram beneficiados por condições climáticas favoráveis”, ressaltou, em relatório.

A produção do verão tende a ser menor que a do ciclo passado, com quedas anuais em importantes produtores do milho verão, com Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Goiás. Destaca-se que a estimativa de produção total do milho, considerando também a safrinha e a terceira safra da Conab (de 1,78 milhão de toneladas), recuou para 105,06 milhões de toneladas.

Os estoques finais podem voltar a ficar abaixo de 10 milhões de toneladas, situação que reforça o cenário de preços fortalecidos do cereal. “Assim como para a soja, a demanda ainda pode variar até o final do ciclo, mas as perspectivas são de crescimento importante no consumo doméstico, estimado em 72 milhões de toneladas”, resume a especialista Ana Luiza.

Soja dribla irregularidades climáticas e caminha para recorde de produção

Com o avanço da colheita de soja 2020/21 em todo Brasil, resultados positivos foram confirmados em estados que têm um ciclo de produção mais tardio e foram beneficiados pelas chuvas a partir de janeiro. Em sua revisão de abril, a StoneX aumentou, mais uma vez, a estimativa para a produção neste ciclo, que alcançou 134 milhões de toneladas.

“O Rio Grande do Sul foi o principal responsável pela maior produção nacional, com 22,3 milhões de toneladas, consolidando o segundo lugar entre os maiores produtores”, destaca a especialista de inteligência de mercado do grupo, Ana Luiza Lodi. Outros estados, como Maranhão e Piauí, também apresentaram aumento em seus números, confirmados à medida que a colheita avança.

Por outro lado, no Mato Grosso, no Paraná e em São Paulo, houve um ajuste negativo da produtividade, impactando os números de produção, mas que na média nacional ainda registraram avanço.

Apesar da expectativa de consolidação do recorde de produção, que poderia repercutir em estoques finais mais elevados no final do ano, é importante destacar que as variáveis de demanda, principalmente as exportações ainda podem sofrer mudanças significativas.

Fonte: StoneX