ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Sada prepara plano de vacinação contra peste suína no estado do Piauí

Três focos de Peste Suína Clássica (PSC) foram confirmados no município de São José do Divino, no norte do estado.

Com a confirmação de três focos de Peste Suína Clássica (PSC), no município de São José do Divino, norte do estado, a Secretaria de Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi) deslocou equipe de fiscais e médicos veterinários até a propriedade. O objetivo é adotar as medidas preconizadas no Plano de Contingência da doença e na legislação que trata da defesa sanitária animal.  A Sada prepara um plano de vacinação contra a doença no estado.

“O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) através do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária confirmou a ocorrência desses 3 focos de PSC no território piauiense. Estes focos ocorreram em criatórios de subsistência, com animais criados de forma extensiva (soltos). Os animais apresentaram principalmente conjuntivite, febre e alta mortalidade”, explicou Idílio Moura, gerente de Defesa Animal da Adapi.

Dentre as medidas adotadas pela Adapi diante desses casos, está a interdição da propriedade, o sacrifício sanitário dos animais e destruição em ambiente apropriado. “Todos os animais das propriedades com o foco foram eliminados, totalizando 30 suínos, destruídos e enterrados em uma vala com profundidade adequada”, comentou Idílio.

O gerente acrescentou que serão intensificadas as ações de vigilância no perifoco (região no entorno de onde ocorreu o foco) para monitorar e acompanhar toda e qualquer suspeita compatível com doenças hemorrágicas do suíno, além de serem intensificadas ações de educação, comunicação e a fiscalização do controle de trânsito de suínos.

Todo caso de animal que demonstre qualquer suspeita da doença, como: mortalidade dos suínos, febre (animais amontoados), conjuntivite, diarreia, vômito deve ser comunicado pelo criador à Adapi. Além disso, os criadores só devem adquirir animais de origem conhecida como Guia de Trânsito Animal (GTA) e não adquirir animais de feiras que não são controladas pela Agência de Defesa Agropecuária.

“Nosso objetivo hoje é controlar e erradicar a doença no território piauiense. Lembrando que os criadores que tiveram seus animais sacrificados serão indenizados pelo Governo do Piauí, como forma de minimizar os prejuízos causados pela doença no estado”, relembrou Fábio Abreu, secretário da Sada.

Vacinação contra a Peste Suína Clássica

A ocorrência desses casos no Piauí demonstra a alta sensibilidade do sistema de vigilância do estado em detectar casos e não afetar o comércio internacional dos estados produtores e exportadores de carne suína, já que esses estados como Santa Catarina e Paraná são considerados zona livre da PSC.

O Piauí está entre os 10 estados brasileiros considerados área não livre de Peste Suína Clássica. De 2019 até agora, o estado piauiense diagnosticou 35 focos da doença, principalmente na região norte do estado.

Para sair da classificação de risco, a Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) está realizando junto com a Adapi e o Mapa um plano estratégico de imunização contra a doença, que faz parte do Plano Brasil livre de PSC.

Fonte: Governo do Piauí e ACCS

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