Brasil exportou 10,42 milhões de toneladas de soja em junho

A comercialização de soja, que iniciava um movimento de recuperação nos últimos meses, sofreu com os efeitos da greve dos caminhoneiros, que praticamente pararam as negociações de soja no Estado. Para a safra 17/18, o avanço foi de apenas 0,68 p.p. no período, totalizando 86,26% da safra comercializada até o início de julho. Se não bastasse isso, o preço médio mensal de comercialização recuou 5,43% no mês, fechando com média de R$ 66,63/sc.

Segundo o boletim divulgado na última semana(06/07) pelo  IMEA – Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, ao considerar este mesmo preço e uma comercialização seguindo o ritmo dos últimos meses, bem próximo da média dos últimos cinco anos, deixaram de circular no Estado mais de R$ 1,1 bilhão apenas com a movimentação de soja no mercado disponível.

Já para a safra 18/19 não foi diferente, os negócios que vinham acelerados nos últimos meses, estagnaram, com avanço de apenas 0,18 p.p., totalizando 21,01% da safra comercializada.

Confira os principais destaques do boletim: 

• Após semanas sem o preço disponível da soja em Mato Grosso, os players começam a voltar ao mercado e a precificar. Assim, o indicador Imea- MT encerrou a semana com preço médio de R$ 66,41/sc.

• O dólar fechou a última semana com valorização de 2,21%, devido, sobretudo, à última reunião do FED para o aumento da taxa de juros e também a “guerra comercial” entre EUA e China.

• O contrato CME para ago/18 encerrou a semana com baixa de 1,92%, média semanal de US$ 8,55/bu. Um dos principais fatores para o movimento é o clima favorável na nova safra dos EUA, além da disputa comercial.

• O preço paridade para mar/19 finalizou com recuo de 0,69%, e preço médio de R$ 61,97/sc. Resultado dos movimentos opostos na semana do dólar e CME.

Na última semana a Secex divulgou os dados de exportação de soja referentes ao mês de junho. Apesar de todas as incertezas em relação ao frete no último mês, o escoamento do produto surpreendeu, uma vez que o país exportou 10,42 milhões de toneladas, o maior volume já registrado para o período, contando com a contribuição de 2,82 milhões de toneladas de soja oriundas de Mato Grosso, uma participação de 27,1% de toda a oleaginosa enviada ao exterior pelo país.

Neste momento, o Estado acumula um total de 14,14 milhões de toneladas escoadas em 2018, volume muito próximo ao do mesmo período de 2017. No entanto, com a quase “estagnação” da comercialização durante o mês de junho, e o imbróglio dos fretes, que parece não chegar ao fim, os próximos meses tendem a ser desafiadores, visto que ainda resta um volume considerável de soja a escoar nos próximos meses dentro da janela de exportação do milho brasileiro.

Fonte: Imea