Grandes empresas brasileiras alojam 63% das matrizes em baias coletivas

De acordo com o relatório do Observatório Suíno, divulgado em novembro pela ONG Alianima, as empresas Alegra, Aurora, BRF, Frimesa, JBS e Pamplona totalizam 1.210.919 matrizes e utilizam baias coletivas para 762.417 delas em 2022.

“É importante reconhecer esses avanços, incentivando as empresas a manterem como meta os prazos estipulados em seus respectivos compromissos públicos”, diz o relatório.

Prática obrigatória

Dentre as seis empresas respondentes, apenas a Frimesa recuou em 2022 em relação ao ano anterior. Porém, de acordo com a Instrução Normativa Brasileira aprovada em 2020, a prática será obrigatória somente a partir de 2045 para todos os suinocultores comerciais.

“Acompanhar a transição dos maiores produtores de suínos permite constatar que o prazo da IN 113 é desnecessário e ultrapassado ao conceder a prorrogação do sofrimento animal”, complementa.

Adoção entre as principais empresas de suínos

Pamplona (89%), Aurora (85%), JBS – Seara (70%) e BRF (54%) dizem já ter mais da metade de seus rebanhos com baias coletivas, enquanto Alegra (41%) e Frimesa (20% ) Siga abaixo.

Todas estas empresas estão empenhadas em substituir completamente o uso de gaiolas individuais para porcas em períodos que variam entre 2025 (no caso da JBS) e 2029 (nomeadamente na Alegra). Os demais assinaram 2026 como prazo.

Pelo menos uma dificuldade

Para uma melhor compreensão, o relatório do Pig Observatory também questionou se as empresas têm encontrado dificuldades em proceder à transição para alojamentos coletivos. Com exceção da JBS, todos os participantes mencionaram pelo menos uma dificuldade.

O financiamento foi o obstáculo mais relatado (67%), assim como nas duas edições anteriores, indicando que não é apenas um obstáculo isolado, mas que ocorre com frequência na cadeia produtiva da carne suína brasileira. Outra dificuldade foi a aceitação dos produtores para realizar a transição.

Fonte: Pig Progress