O painel empresarial: “A Proteína Animal na próxima década – o que pensam os CEOS” foi um dos eventos mais esperados no segundo dia (29/07) do Salão Internacional da Avicultura (SIAV), realizado no Anhembi Parque, em São Paulo (SP), pela a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A abertura do painel foi realizada pelo presidente executivo da ABPA, Francisco Turra, que ressaltou a importância das empresas representadas por seus CEOS e suas representatividades no mercado globalizado. Na mesa para o debate estavam presentes, Pedro Faria, CEO global da BRF, Mario Lanznaster, presidente da Coopercentral Aurora Alimentos e Wesley Batista, presidente global da JBS.

O principal objetivo do painel foi debater o papel decisivo das empresas brasileiras frente ao mercado internacional, exportações, avanços e novas aberturas para a demanda de proteína animal brasileira. Mario Lanznaster, presidente da Coopercentral Aurora Alimentos, de Chapecó (SC), abriu o painel empresarial abordando as perspectivas e previsão de 2013 até 2022. Em sua apresentação, ele mostrou dados relevantes da suinocultura brasileira apontando que o País segue 1,7% das exportações neste segmento. Ao todo, são 1,6 bilhões de toneladas produzidas de carne suína, sendo que o Estado de Santa Catarina segue como maior produtor desta proteína, logo atrás do Rio Grande do Sul. O Brasil também se mantém na questão de consumo interno, e a projeção para 2015 e que fechem com 14,67 kg per capita. “O que ainda é pouco. Na perspectiva de crescimento, a suinocultura continuará crescendo na casa dos 13%, atrás de outros segmentos como aves e lácteos. E claro que isso não vai nos desanimar, ao contrário fará com que toda a cadeia e todas as entidades envolvidas com o setor revertam essa situação, criando cada vez mais negócio para o mercado suíno no Brasil”, ressaltou Lanznaster.

Em seguida, Pedro Faria, atual CEO Global da BRF, levantou questões sobre o mercado de aves e o acesso do País aos principais mercados. Segundo Faria, no futuro esse crescimento apesar de ser robusto terá que encontrar mais espaços. “Citaríamos o caso da BRF é suas negociações. Há mais de três anos estamos negociando com o mercado da Indonésia. A abertura desse mercado ainda permanece uma realidade ainda pouco distante. Os acessos ainda é um dos principais desafios para os produtores brasileiros”, afirmou Faria. Outro ponto citado pelo CEO é que o Brasil vem perdendo market share, no caso específico da carne de frango. “A partir de um modelo exportador, nós somos capazes de acertar apenas 10% do consumo mundial. Isso nos coloca como um grande desafio”, afirmou ele, que reforçou fatores que depõem contra o avanço e a expansão do setor, como os custos elevados da mão de obra, energia elétrica e cargas tributárias. Pedro Faria mostrou também as tendências que o setor pode enfrentar com o modelo do perfil do novo consumidor que busca atualmente cada vez mais a saudabilidade e bem-estar, a experiência da comida, a convivência ampliada, consumo ético e consciente.

Por fim, presidente global da JBS, Wesley Batista, reforçou que o Brasil é o país que tem a maior perspectiva de crescimento de produção de proteína no mundo. “O Brasil é competitivo tem condição natural para produzir proteína super competitiva”, ressaltou. Ele comparou o País com os Estados Unidos e, de acordo com ele, o Brasil tem 200 milhões de cabeças e os Estados Unidos 95 milhões. “Produzimos 9,5 milhões de toneladas e os Estados Unidos 11,5 milhões de toneladas. Isso mostra o potencial que nós temos para aumentar na cadeia produtiva da carne bovina”, disse. Dentro das projeções e perspectivas, o empresário lembrou e reforçou, a ideia apresentada anteriormente, que em médio prazo um dos principais desafios para a indústria e para o produtor é o acesso aos mercados. “Já estamos no caminho certo”, disse.

Assessoria de Imprensa