Alta na ração animal e combustível estão prejudicando a rentabilidade dos produtores nos principais estados.

O mercado da suinocultura independente manteve estabilidade nos preços dos animais na quinta-feira (10), sendo que em algumas regiões os valores seguem estáveis por quatro semanas consecutivas. No entanto, a alta nos custos de produção têm prejudicado a margem dos produtores.

Conforme divulgado pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), o mercado nesta semana sinalizou manutenção nos preços do suíno vivo. Segundo o presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, a expectativa do setor é que ocorra correção nos preços do abatido e cortes para a próxima semana.

“Se esse cenário de alta se concretizar vamos ter uma possível mudança nos patamares de preços do suíno vivo. Outro fato relevante do momento, é a forte diminuição nos pesos dos animais vivos, não só no estado de São Paulo, como no restante do país”, informou.

No estado, os preços do animal estão sendo negociados ao redor de R$ 120,00/@ condições de bolsa, na qual a associação informou que foram 15.300 suínos comercializados.

Para os produtores paulistas, a alta nos custos de produção tem pesado muito na rentabilidade. “O custo de alimentação está em alta, motivada pelo os preços do milho e farelo de soja. Agora, temos também o impacto da logística em função da alta do combustível. Ou seja, tudo sobe, menos o suíno vivo e abatido”, comentou o presidente da APCS.

Já no estado de Minas Gerais, o preço também se manteve estável pela quarta semana consecutiva, em o animal está sendo comercializado em torno de R$ 6,10/kg vivo, conforme as informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

“A estabilidade nos preços dos suínos é em função do equilíbrio entre a oferta e a demanda. Os produtores estão no prejuízo e os preços médios estão nos níveis observados no final do ano. Se o mercado não mostrar uma reação nos preços, a oferta de animais vai ser reduzida até que os valores voltem a ser remuneradores “, disse Alvimar Jalles, consultor de mercado da entidade.

Em Santa Catarina, os preços também seguiram com estabilidade e estão sendo negociados em R$ 5,76 pela terceira semana seguida. De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, o mercado esperou por uma alta no início de mês, mas que não foi concretizada.

“Todo início de mês temos um aumento nos valores, porém não tivemos neste. Por outro lado, os custos de produção aumentaram e alguns produtores já estão deixando de produzir para lá na frente conseguir recuperar os preços”, disse

O presidente da associação também aponta que a maior preocupação do setor é com o aumento do diesel e com a alimentação. “A nossa preocupação é com o aumento do diesel, que foi anunciado nesta semana, e dependemos da logística para tudo na propriedade. Com a alimentação, não conseguimos substituir a ração pelo trigo, já que também teve um aumento”, relatou ao Notícias Agrícolas.

No estado do Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 03/03/2022 a 09/03/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 3,59%, fechando a semana em R$ 5,82/kg vivo.

No Rio Grande do Sul, o mercado da suinocultura independente também segue com estabilidade nos preços. O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, reportou que o valor do suíno está próximo dos R$ 5,55/kg vivo.

“O ritmo de negócios está muito caminhando de forma compassada já que com o aumento nos custos de produção os produtores estão preferindo se afastar dos negócios”, comentou.

Fonte: Notícias Agrícolas