As negociações em torno do texto da reforma tributária no Congresso trouxeram um pouco de cautela para os investidores nesta terça-feira, o que fez o dólar à vista fechar em alta ante o real, numa sessão marcada pela baixa liquidez em função do feriado nos Estados Unidos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8398 reais na venda, com alta de 0,69%.

Na B3, às 17:10 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,66%, a 4,8625 reais.

Pela manhã, o dólar à vista chegou a cair, marcando a cotação mínima da sessão de 4,7830 reais (-0,49%) às 9h51, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior.

No início da tarde, porém, a divisa dos EUA se firmou no terreno positivo, em meio à expectativa do mercado quanto ao andamento das propostas do novo arcabouço fiscal, do voto de qualidade no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e da reforma tributária.

A expectativa original era de que os três temas fossem colocados para votação já nesta semana, mas divergências em torno do texto da reforma tributária acenderam o sinal amarelo no mercado.

Na segunda-feira, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que vai se opor à reforma tributária caso ela preveja medidas que possam “ferir” a autonomia dos Estados.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já havia defendido a revisão de alguns pontos do texto.

Nas mesas de operação, a possibilidade de a votação ir para a próxima semana gerava certo desconforto.

Neste cenário, o dólar à vista atingiu a máxima de 4,8476 reais (+0,85%) às 15h06. Esse movimento do dólar no Brasil estava descolado do exterior, onde a divisa dos EUA oscilava em baixa ante outras moedas de exportadores de commodities ou emergentes. Em relação a uma cesta de moedas fortes, o dólar teve oscilações contidas ao longo do dia.

Às 17:10 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,11%, a 103,070.

Dois profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que, em função do feriado do Dia da Independência nos EUA, a liquidez se manteve baixa também no Brasil, o que amplificava os movimentos do câmbio.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de agosto.

Fonte: Reuters