O dólar à vista interrompeu nesta sexta-feira uma sequência de três sessões de queda e encerrou o dia com leve ganho ante o real, com a moeda norte-americana encontrando certo suporte no noticiário dos EUA, onde dados reforçaram apostas de que o Federal Reserve pode promover dois aumentos de juros até o fim do ano.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7954 reais na venda, com alta de 0,12%. Na semana, no entanto, a moeda norte-americana acumulou baixa de 1,43%. O contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,02%, a 4,8100 reais

No início da sessão, o dólar à vista oscilou entre altas e baixas em diferentes momentos, mas em margens bastante estreitas. Na mínima da sessão, às 10h12, o dólar à vista foi cotado a 4,7765 reais (-0,28%).

Após as 11h, com a divulgação do índice de confiança da Universidade de Michigan, o dólar encontrou um suporte mais firme. A leitura preliminar do índice geral de confiança ficou em 72,6 este mês, o resultado mais alto desde setembro de 2021, em comparação com 64,4 em junho. Economistas consultados pela Reuters previam uma leitura preliminar de 65,5.

O dado elevou as preocupações em torno do controle da inflação nos EUA e, com isso, deu suporte à ideia de que o Fed poderá promover duas altas de sua taxa básica até o fim do ano — e não uma alta, como os índices de preços mais recentes sugeriam.

O resultado foi uma alta dos rendimentos dos Treasuries e do dólar ante várias divisas fortes ou de países emergentes. Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 4,8160 reais (+0,55%) às 13h37.

Durante a tarde, porém, a moeda norte-americana à vista se reaproximou da estabilidade, enquanto o dólar futuro chegou a registrar leve queda, sem força para perdas maiores.

Na B3, às 17:26 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,02%, a 4,8100 reais.

“Temos tido uma briga boa com o dólar em 4,79 reais ou 4,80 reais. Quando a moeda bate ali, entram compras no mercado. Pode haver um suporte técnico nesta região, assim como a curva de juros pegou algum suporte e começou a puxar um pouco”, comentou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, citando o avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta sexta-feira.

No exterior, no fim da tarde o dólar se mantinha em alta ante divisas fortes e tinha movimentos mistos ante moedas de emergentes ou exportadores de commodities.

Às 17:26 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,21%, a 99,982.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de setembro.

Fonte: Reuters