O dólar acelerou a queda frente ao real nesta sexta-feira, com o mercado reagindo positivamente à aprovação em segundo turno da reforma tributária na Câmara e a dados mais fracos do que o esperado em um relatório de empregos dos Estados Unidos

Às 9:59 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,73%, a 4,8943 reais na venda.

Na B3, às 9:59 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,55%, a 4,9150 reais.

O mercado de câmbio já vinha mostrando bom humor desde a abertura, depois que a Câmara dos Deputados aprovou na madrugada o texto-base da reforma tributária em segundo turno e iniciou a votação de destaques.

A aprovação da medida, que após a conclusão da análise dos destaques em segundo turno será encaminhada ao Senado, é um primeiro passo histórico após décadas de discussão do tema no Congresso. A aprovação da matéria é uma vitória não apenas para o governo, que a considera prioritária, mas também ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que abraçou a proposta e trabalhou ativamente por sua aprovação.

“Depois de um começo do ano com discussões negativas que aumentaram a incerteza e os prêmios de risco no mercado, chegamos no segundo semestre com a aprovação da reforma tributária do consumo, uma surpresa positiva, que traz um enorme avanço na complexa legislação”, disse Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter.

Já o JPMorgan chamou o avanço da reforma no Congresso em relatório a clientes de “importante passo que pode levar a melhorias notáveis ​​do ponto de vista econômico”.

Acentuando o viés negativo do dólar frente ao real, dados do Departamento do Trabalho desta sexta-feira mostraram que a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em junho. O resultado dissipou temores despertados na véspera por uma surpreendentemente forte abertura de postos privados registrada no relatório da ADP, instituição desvinculada do governo norte-americano.

“O dados de contratações do setor privado em junho veio mais baixo que o esperado e muito mais baixo que o da ADP, de ontem”, disse Pedro Paulo Silveira, gestor da Nova Futura Investimentos. “Com 149 mil contratações, o risco de apertos adicionais (na política monetária dos EUA) pode ser menor.”

Uma política monetária menos agressiva nos EUA tende a prejudicar o dólar frente a outras moedas, uma vez que minaria a atratividade dos retornos de taxas de juros na maior economia do mundo.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9303 reais na venda, com alta de 1,62%.

Fonte: Reuters com adaptações Suino.com