O dólar recuava frente ao real nesta segunda-feira, acompanhando o movimento no exterior após notícias encorajadoras sobre o impasse do teto da dívida norte-americana e em linha com uma melhora na percepção dos investidores sobre a cena local no curto prazo.

Às 10:19 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,19%, a 4,9130 reais na venda.

Na B3, às 10:19 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,26%, a 4,9280 reais.

Essa movimentação estava em linha com a queda de 0,23% do índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, disse à Reuters que o bom humor externo provavelmente é reflexo de leituras de inflação melhores em algumas economias, bem como de um noticiário marginalmente mais positivo em torno do imbróglio do teto da dívida do governo dos Estados Unidos.

No fim de semana, o presidente norte-americano, Joe Biden, disse que espera se reunir com líderes do Congresso na terça-feira e permaneceu otimista sobre um acordo para aumentar o limite de empréstimos de 31,4 trilhões de dólares do país.

Investidores citavam ainda expectativas de que o Federal Reserve em breve interrompa seu ciclo de aperto monetário como um fator de apoio para moedas de países emergentes.

Enquanto isso, no Brasil, Sanchez citou um “bom humor de curtíssimo prazo” que tem mantido o dólar abaixo de 5 reais, bem como um forte fluxo cambial de entrada via conta comercial em meio ao momento aquecido do agronegócio. No entanto, ele ponderou que, “estruturalmente, o país não mudou”, o que o leva a projetar uma taxa de câmbio de 5,50 ao final de 2023.

“Temos um passivo grande e extrema dependência de receitas, e são nas receitas que vivem as surpresas negativas”, disse o economista, alertando que o forte peso da arrecadação no arcabouço fiscal proposto pelo governo pode aumentar a exposição do Brasil a riscos.

Enquanto isso, o mercado fica atento ao longo da manhã em reuniões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com diversos ministros, entre eles o da Fazenda, Fernando Haddad; da Casa Civil, Rui Costa; da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9223 reais na venda, com queda de 0,29%.

Fonte: Reuters