Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou a terça-feira em alta no Brasil, interrompendo uma sequência de três sessões consecutivas de queda, com as cotações em sintonia com o avanço da moeda norte-americana ante as demais divisas no exterior, em um dia marcado por nova alta dos rendimentos dos títulos norte-americanos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9068 reais na venda, em alta de 0,76%. Em janeiro, a moeda norte-americana acumula elevação de 1,14%.

Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,72%, a 4,9195 reais.

Profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que a nova alta dos rendimentos dos Treasuries, em meio à percepção de que aumentaram as chances de que o Federal Reserve não corte juros em março, impulsionou a moeda norte-americana ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

“O mercado segue em compasso de espera para a leitura de índices de inflação nesta semana, aqui e nos EUA”, afirmou o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

“A agenda (de indicadores) fraca (hoje) e o giro fraco também deixam o mercado com menor liquidez e, então, um pouco mais sensível ao impacto de operações comerciais”, acrescentou.

Investidores aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, na quinta-feira, e dos primeiros balanços corporativos norte-americanos, na sexta-feira, para avaliar os rumos da economia e, em paralelo, o futuro da política monetária do Fed. A depender do resultado, podem ocorrer mudanças de posições mais relevantes nos mercados — inclusive no de câmbio.

No Brasil, o destaque será a divulgação da inflação oficial na quinta-feira.

Ainda que o dólar tenha subido nesta terça-feira, alguns profissionais do mercado seguem defendendo que a tendência de curto prazo para a moeda norte-americana é de baixa ante o real, considerando os níveis ainda elevados da taxa básica Selic e a perspectiva de que o Fed comece a cortar juros em algum momento este ano.

Internamente, investidores acompanharam nesta terça-feira as negociações em torno da proposta do governo para reonerar a folha de pagamentos de empresas — um fator que não chegou a fazer preço no mercado de câmbio.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que a prorrogação da desoneração da folha de setores da economia foi uma decisão do Congresso e dificilmente a revogação do benefício avançará no Legislativo. No entanto, disse que não tomará nenhuma decisão sobre a proposta antes de conversar com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de março.

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,22%, a 102,520.

Fonte: Reuters

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