Em um dia marcado pela volatilidade, o dólar à vista fechou a quarta-feira em baixa ante o real, com a moeda brasileira sendo favorecida pelo avanço de commodities como a soja e o milho nos mercados internacionais, importantes produtos de exportação do Brasil.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7847 reais na venda, com baixa de 0,51%.

Na B3, às 17:40 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,63%, a 4,7945 reais.

No exterior, o dia foi de alta para os contratos futuros de soja e milho. A soja registrou seu quinto dia consecutivo de ganhos na Bolsa de Chicago com as previsões de clima quente e seco elevando as preocupações em torno da safra norte-americana, o que também afeta os preços do milho.

O avanço destas commodities deu certo suporte ao real ante o dólar nesta quarta-feira.

“O Brasil é um país exportador de commodities, e soja e milho estão ganhando força. Isso favorece o real brasileiro por questão de fluxo”, comentou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.

Pela manhã, o dólar chegou a ensaiar ganhos ante o real, em sintonia com o exterior. A notícia de que a inflação no Reino Unido desacelerou em junho para 7,9% na base anual, o nível mais fraco em mais de um ano, penalizou a libra e deu força ao dólar.

Em relação a divisas de países emergentes ou exportadores de commodities, o dólar tinha sinais mistos.

No Brasil, a moeda marcou a cotação máxima de 4,8224 reais (+0,28%) às 9h02, mas depois oscilou entre altas e baixas ao longo da manhã. Perto das 11h, a moeda renovou algumas mínimas em função de fluxo de entrada de divisas no país, conforme um operador ouvido pela Reuters.

Mas foi à tarde que a moeda norte-americana se firmou definitivamente em queda, com o real sendo favorecido pelo avanço das commodities em Chicago. Às 15h54, a moeda norte-americana marcou a cotação mínima de 4,7792 reais (-0,62%).

“Mesmo com as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) abrindo aqui, o dólar caiu”, pontuou o especialista em investimentos e sócio da Valor Investimentos, Wagner Varejão.

No exterior, o dólar se mantinha em alta no fim da tarde ante uma cesta de moedas fortes, mas sustentava sinais mistos ante outras divisas.

Às 17:40 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,32%, a 100,280.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de setembro.

Fonte: Reuters