Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar interrompeu nesta segunda-feira uma sequência de três sessões de ganhos e fechou em baixa ante o real, acompanhando o recuo da moeda norte-americana no exterior, com investidores à espera da divulgação de dados sensíveis da economia dos EUA no restante da semana.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9821 reais na venda, em baixa de 0,23%. Em fevereiro, no entanto, a moeda norte-americana acumula alta de 0,88%.

Na B3, às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,35%, a 4,9800 reais.

Após oscilar em baixa ante o real no início da sessão, o dólar à vista chegou a tocar no território positivo, marcando a máxima de 4,9970 reais (+0,07%) às 10h28. Alguns profissionais citaram remessas ao exterior para justificar o impulso, ainda que momentâneo, nas cotações.

No restante da sessão, no entanto, a influência do exterior voltou a prevalecer: o dólar cedia ante uma cesta de moedas fortes e em relação a boa parte das moedas de exportadores de commodities ou emergentes, com investidores à espera de novos dados sobre a economia norte-americana programados para esta semana.

Entre os números esperados nos EUA estão o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre (segunda revisão), na quarta-feira, e o índice de inflação PCE, na quinta-feira.

“Depois da alta pontual, o dólar voltou a cair com o exterior. Foi o principal fator para as cotações”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Na cotação mínima do dia, às 11h37, o dólar marcou 4,9710 reais (-0,45%).

A mínima do dia coincidiu com a divulgação, durante evento em São Paulo, do novo programa de hedge cambial do governo para investimentos estrangeiros em projetos sustentáveis no Brasil.

A primeira parte do programa estará relacionada aos derivativos cambiais. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disponibilizará 3,4 bilhões de dólares para operações que forneçam proteção de projetos sustentáveis de prazos mais longos, superiores a dez anos. Caberá ao Banco Central fazer a ponte para que os investidores dos projetos ecológicos no país possam acessar os derivativos cambiais.

A segunda parte do programa diz respeito à disponibilização de recursos por linhas de crédito específicas, também para investimentos sustentáveis.

Durante a entrevista coletiva sobre o programa, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, também esclareceu que o hedge cambial por meio de derivativos no âmbito do programa não busca controlar a volatilidade e não se confunde com as operações regulares com swaps que o BC faz (leilões diários).

No caso das operações regulares, segundo Campos Neto, o BC avalia oferecer contratos de swap com prazos um pouco mais longos, de até 18 meses. Hoje as operações costumam ser de até 12 meses.

“Quando tivermos coisa mais concreta (sobre swaps de 12 a 18 meses), vamos repassar (ao mercado)”, afirmou Campos Neto.

Na manhã desta segunda-feira, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril.

Às 17:22 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,19%, a 103,770.

Fonte: Reuters

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