Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar emplacou a segunda sessão consecutiva de queda ante o real nesta sexta-feira, fechando a última semana completa do ano com perda superior a 1%, em um dia em que a moeda norte-americana também cedia no exterior, após a divulgação de dados favoráveis sobre a inflação dos Estados Unidos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8615 reais na venda, em baixa de 0,54%. Na semana, a moeda norte-americana acumulou baixa de 1,55% e, em dezembro até agora, queda de 1,10%.

Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,49%, a 4,8600 reais.

A sexta-feira encerrou a última semana completa de 2023 para o mercado de câmbio. Como esperado, a liquidez foi menor, em especial durante a tarde, e investidores fizeram os últimos ajustes para as pausas de Natal e Ano Novo.

Pela manhã, os rendimentos dos títulos norte-americanos de dez anos oscilavam no território negativo, com investidores à espera da divulgação do índice de inflação PCE nos EUA, às 10h30. A queda dos yields favorecia a baixa da moeda norte-americana em boa parte do mundo, incluindo no Brasil.

O Departamento do Comércio informou que o índice de preços PCE caiu 0,1% no mês passado, depois de ficar inalterado em outubro. Nos 12 meses até novembro, o indicador teve alta de 2,6%, após subir 2,9% em outubro.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o PCE aumentou 0,1% em novembro. O chamado núcleo do PCE avançou 3,2% em relação ao ano anterior em novembro, depois de alta de 3,4% em outubro.

Com os dados favoráveis de inflação nos EUA, o dólar ampliou as perdas no exterior e atingiu uma cotação mínima de cinco meses, em relação a uma cesta de moedas fortes.

No Brasil, a divisa oscilava em margens estreitas, mas sempre no território negativo. Após marcar a cotação máxima de 4,8820 reais (-0,12%) às 9h31, antes dos dados do PCE, o dólar vista atingiu a mínima de 4,8488 reais (-0,80%) já durante a tarde, às 14h52.

No meio da tarde o Congresso Nacional aprovou o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, após um acordo ter permitido corte menor no montante destinado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O projeto aprovado manteve a meta de resultado primário zero em 2024. O objetivo ainda é visto com ceticismo pelos agentes do mercado, mas sua manutenção na LOA é algo positivo, na visão dos analistas.

Com as mesas de operação esvaziadas, a aprovação não fez preço de forma significativa.

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,09%, a 101,690.

Fonte: Reuters

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