Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou a segunda-feira muito próximo da estabilidade ante o real, numa sessão em que as cotações chegaram a ser impulsionadas pela forte queda do petróleo no mercado internacional, mas perderam força em meio à baixa liquidez de início de ano no Brasil.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8700 reais na venda, em baixa de 0,04%. Em janeiro, a moeda norte-americana acumula alta de 0,38%.

Na B3, às 17:12 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,08%, a 4,8895 reais.

Pela manhã, os ativos globais repercutiam o corte pela Arábia Saudita do preço oficial de venda de seu principal petróleo bruto Arab Light para a Ásia, atingindo o nível mais baixo em 27 meses. Com isso, as cotações do petróleo chegaram a cair mais de 4%, o que também penalizava as moedas de países exportadores da commodity.

Além disso, os contratos futuros de minério de ferro cederam pela terceira sessão consecutiva. O minério de ferro para maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou o dia com queda de 1,1%, a 992,5 iuanes (138,65 dólares) a tonelada, o menor valor desde 2 de janeiro.

Como Brasil é exportador tanto de petróleo quanto de minério de ferro, o real era penalizado em relação ao dólar. No pico do dia, às 9h39, o dólar foi cotado a 4,9020 reais (+0,62%) no Brasil.

“Com a forte queda das commodities, as moedas de países exportadores acompanharam. Mas agora o movimento se inverteu um pouco. O peso mexicano já está se valorizando, e o real também”, comentou no início da tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

Às 13h44, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 4,8673 reais (-0,10%).

Essa perda de força do dólar ocorreu em paralelo à baixa da moeda norte-americana ante uma cesta de moedas fortes no exterior. Ainda assim, enquanto o dólar index operava em queda firme, o dólar se mantinha muito próximo da estabilidade ante o real.

Operador ouvido pela Reuters chamou a atenção para a liquidez reduzida neste início de ano no mercado futuro brasileiro — o mais movimentado e, no limite, o que serve de referência para as cotações no segmento à vista. Perto das 16h, menos de 130 mil contratos do dólar futuro para fevereiro — o mais líquido — haviam sido negociados, um montante bem abaixo do normal.

Em meio à baixa liquidez, as cotações se mantiveram travadas em margens estreitas até o fechamento, com investidores guardando posições para o restante da semana. Na agenda estão o índice de preços ao consumidor dos EUA e o IPCA brasileiro, ambos na quinta-feira.

Também estão no foco os desdobramentos dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o pacote de reoneração da folha apresentado pelo governo no fim do ano passado. A possibilidade de derrubada de ambos pelo Congresso trouxe certo mal-estar ao mercado de juros futuros nesta segunda-feira.

Às 17:12 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,19%, a 102,260.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de março.

Fonte: Reuters

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