O dólar caía frente ao real nesta quinta-feira, com investidores digerindo dados mais fracos do que o esperado sobre o desempenho da economia norte-americana no primeiro trimestre, enquanto monitoram debate no Senado com participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Às 10:01 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,67%, a 5,0250 reais na venda.

Na B3, às 10:01 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,5%, a 5,0260 reais.

O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, apesar do aumento nos gastos do consumidor, e a atividade deve se moderar ainda mais à medida que os efeitos da taxa de juros mais alta se espalham.

O PIB norte-americano cresceu a uma taxa anualizada de 1,1% no último trimestre, informou o Departamento de Comércio. A economia havia crescido a um ritmo de 2,6% no quarto trimestre. Economistas consultados pela Reuters previam avanço do PIB a uma taxa de 2,0%.

O dado mais fraco do que o esperado tende a sustentar esperanças de que o Federal Reserve seja mais brando do que o esperado na condução da política monetária. Num geral, após a leitura, persistiu a visão majoritária do mercado de que o banco central dos EUA elevará os juros em 0,25 ponto percentual uma última vez em seu encontro da semana que vem.

Nesta manhã, o índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares fortes subia 0,30%, mas a moeda norte-americana recuava significativamente contra várias divisas consideradas arriscadas, como dólar australiano, rand sul-africano e pesos mexicano e chileno.

O Citi disse em relatório desta quinta-feira que mantém “um viés positivo sobre os nomes de alto rendimento do mercado de câmbio emergente, uma vez que a volatilidade deve permanecer contida nos trechos finais do ciclo do Fed, embora o posicionamento esticado possa exigir um período de consolidação”.

No Brasil, a partir das 10h, o Plenário do Senado promove sessão de debates temáticos, com a participação prevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad; da ministra do Planejamento, Simone Tebet; e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, embora este último esteja em período de silêncio antes da reunião de política monetária da semana que vem.

A expectativa é de que a taxa Selic seja mantida nos atuais 13,75% no encontro, nível elevado que deixa o real atraente para investidores estrangeiros, mas que também tem gerado fortes críticas do governo por restringir a atividade econômica e a oferta de crédito.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0589 reais na venda, em baixa de 0,10%.

Fonte: Reuters