O dólar passou a cair frente ao real nesta quinta-feira, rondando os patamares mais baixos em mais de um ano conforme investidores seguem enxergando ambiente doméstico mais promissor para os negócios, e ainda refletindo a decisão de política monetária em linha com o esperado do Federal Reserve na véspera, que pode ter marcado o fim da elevação dos juros.

Às 10:14 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,25%, a 4,7164 reais na venda.

Na B3, às 10:14 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,48%, a 4,7195 reais.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7281 reais na venda, com queda de 0,48%, marcando uma mínima de encerramento desde abril de 2022, nível que continuava rondando na manhã desta quinta-feira.

Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, disse à Reuters que a “percepção de uma melhora não só da conjuntura, mas estrutural, no ambiente doméstico, tem ajudado a manter uma moeda (dólar) mais baixa”.

Entre os desdobramentos mais recentes por trás desse movimento, ele citou a elevação da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch, bem como o avanço de pautas como o arcabouço fiscal e a reforma tributária no Congresso.

Além disso, o fato de muitas alternativas ao Brasil no que diz respeito a destinos de investimento em mercados emergentes serem “confusas” ajuda recursos a serem direcionados para cá, completou Alencastro, afirmando que o cenário local tende a oferecer mais certezas para investidores estrangeiros.

Também colaborava para a baixa do dólar nesta manhã a decisão da véspera do Federal Reserve de elevar os juros em 0,25 ponto percentual, amplamente em linha com o esperado.

Embora tenha deixado a porta aberta para mais ajustes na taxa de juros, a maioria dos mercados acredita que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos já acabou. Isso torna a perspectiva de retorno de investimentos em renda fixa denominados em dólar menos atraente, o que pode levar a um redirecionamento de dinheiro para praças mais rentáveis, como os mercados emergentes.

“Ativos de risco iniciaram esta quinta-feira embalados pela visão de que a alta do juro americano anunciada pelo Federal Reserve (Fed) deve ser a última do atual ciclo de aperto monetário nos EUA… Desta forma, o ambiente é caracterizado pela menor aversão ao risco de modo geral, com alta das bolsas e commodities, dólar global mais fraco e virtual estabilidade das taxas nas economias centrais”, disse a Guide Investimentos em nota a clientes.

Fonte: Reuters