Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista fechou a quinta-feira em alta ante o real, na esteira do avanço da moeda norte-americana no exterior, em uma sessão marcada por declarações duras de autoridades do Federal Reserve sobre a política monetária dos Estados Unidos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9409 reais na venda, em alta de 0,67%. Foi a segunda sessão consecutiva de elevação da moeda norte-americana, após cinco quedas consecutivas. Em novembro, a divisa dos EUA acumula baixa de 1,98%.

Na B3, às 17:33 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,63%, a 4,9500 reais.

Pela manhã, o dólar à vista oscilou entre leves altas e baixas ante o real, com as cotações refletindo, por um lado, certo otimismo com a área fiscal brasileira e, por outro, a expectativa antes da fala do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, marcada para as 16h.

Na cotação mínima do dia, o dólar á vista marcou 4,8922 reais (-0,32%).

“Hoje (quinta-feira) tivemos um ‘não-movimento’, com o dólar meio de lado, e os investidores esperando pela fala do Powell”, comentou durante a tarde Luís Guilherme, head de câmbio da Nova Futura Investimentos.

Após as 15h, o dólar acelerou os ganhos ante o real, em reação ao avanço maior da moeda norte-americana também no exterior, na esteira de um leilão de títulos do Tesouro norte-americano, que deu impulso adicional aos yields.

As cotações escalaram patamares ainda mais elevados após as 16h, com os comentários de Powell já repercutindo nos negócios.

Powell afirmou que as autoridades do Fed “não estão confiantes” de que a taxa de juros nos EUA esteja alta o suficiente para encerrar a batalha contra a inflação.

“Se for apropriado apertar ainda mais a política monetária, não hesitaremos em fazê-lo”, disse Powell, em uma conferência de pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A fala de Powell — considerada mais dura, ou hawkish, no jargão do mercado — somou-se a comentários igualmente firmes do presidente do Fed de Richmond, Thomas Barkin, feitos no início da tarde. Segundo ele, embora tenha havido um “progresso real” em relação à inflação, ainda não há certeza sobre se será preciso elevar a taxa de juros para concluir o trabalho de controle de preços nos EUA.

“Ainda não se sabe se uma desaceleração que acalme a inflação exigirá mais de nós, e é por isso que defendi nossa decisão de manter os juros em nossa última reunião”, disse.

As declarações das autoridades do Fed deram suporte à aceleração do dólar ante várias divisas no exterior. No Brasil, o dólar marcou a máxima de 4,9477 reais (+0,81%) às 16h48, já perto do fechamento.

Às 17:33 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,37%, a 105,890.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de janeiro.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 3,400 bilhões de dólares em outubro. Pelo canal financeiro, houve saídas líquidas de 699 milhões de dólares em outubro e, pela via comercial, o saldo de outubro foi positivo em 4,099 bilhões de dólares.

Fonte: Reuters

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