O dólar à vista fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, em sintonia com o exterior, onde a divisa manteve ganhos ante outras moedas de países emergentes, em meio às negociações entre o governo dos EUA e o Congresso para a expansão do teto da dívida do país e à divulgação de novos dados da economia norte-americana.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9687 reais na venda, com alta de 0,69%.

Na B3, às 17:29 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,63%, a 4,9810 reais.

No início do dia, os mercados de moedas já repercutiam a expectativa por um acordo sobre a dívida nos EUA. Na quarta-feira, o presidente norte-americano, Joe Biden, e o principal republicano do Congresso, Kevin McCarthy, disseram que estavam determinados a chegar a um acordo e iniciariam negociações diretas sobre o limite de dívida de 31,4 trilhões de dólares.

A leitura dos investidores foi de que a possibilidade de calote na dívida pelos EUA diminuiu ainda mais. Isso tirou força de divisas como o real brasileiro, o peso mexicano e o peso chileno.

Além disso, os dados da economia norte-americana elevaram a percepção de que o Federal Reserve manterá os juros elevados por mais tempo, o que favorece o dólar ante as demais divisas.

O Departamento do Trabalho informou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram 22.000 na semana encerrada em 13 de maio, para 242.000 em dado com ajuste sazonal. A expectativa era de 254.000 pedidos.

Outro dado indicou uma queda mais branda do que o esperado no índice de manufatura do Federal Reserve da Filadélfia, para -10,4 em maio, ante -31,3 em abril. Os mercados previam uma contração de -19,8.

“A alta do dólar foi generalizada no exterior, principalmente por conta de dois fatores. Ainda gera apreensão a aprovação do teto da dívida, e os dados de hoje foram um balde de água fria para quem esperava um corte de juros pelo Fed no curto prazo”, resumiu o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

Internamente, os investidores seguiram atentos às notícias sobre a tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso. Durante a tarde, o relator do novo arcabouço fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), procurou rebater avaliações, publicadas pela imprensa, de que seu relatório abriria brecha para ampliar as despesas do governo em cerca de 80 bilhões de reais no próximo ano.

Em nota distribuída à imprensa, Cajado explicou os cálculos utilizados e os ajustes técnicos feitos. Além disso, afirmou que seu substitutivo “não está acrescentando nenhum valor ao que foi proposto pelo governo”.

As declarações de Cajado repercutiram na curva de juros brasileira, com as taxas dos contratos de prazos mais longos virando para o negativo no fim do dia. No mercado cambial, porém, o dólar à vista se manteve em alta firme ante o real em função da influência externa.

Às 17:29 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– subia 0,62%, a 103,530.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de julho.

Fonte: Reuters