O dólar oscilava entre estabilidade e leve alta contra o real nesta segunda-feira, primeiro pregão de 2022, em linha com o comportamento da divisa norte-americana no exterior, enquanto, no Brasil, estava no radar de investidores a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro está internado com quadro de obstrução intestinal.

Às 9h57 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,27%, a 5,5887 reais na venda.

Na B3, às 10:00 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,19%, a 5,6220 reais.

O clima nos mercados internacionais era positivo nesta segunda-feira, com as ações europeias e os futuros de Wall Street subindo em meio a esperanças de que a variante Ômicron do coronavírus não terá um efeito tão grave na economia global, mas o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes tinha alta de 0,1%.

Embora os casos mundiais de Covid-19 estejam aumentando rapidamente –com alguns países registrando recordes diários de novas infecções–, as mortes pela doença não têm avançado na mesma proporção, o que traz esperança de que a nova variante seja menos letal.

Nos mercados de câmbio mais amplos, alguns pares importantes do real, como rand sul-africano e peso chileno, tinham alta contra o dólar, enquanto o peso mexicano rondava a estabilidade e dólar australiano registrava perdas.

Enquanto isso, no Brasil, investidores monitoravam novidades sobre o estado de saúde do presidente, que está internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde a madrugada. Segundo boletim médico, Bolsonaro passará por exames e não tem previsão de alta.

A conjuntura fiscal brasileira –tema que deve dominar a atenção de investidores em 2022, dividindo os holofotes com a corrida eleitoral à Presidência– também estava no radar nesta segunda-feira.

Apesar da melhora em dados fiscais recentes, com o setor público consolidado brasileiro registrando superávit primário maior do que o esperado em novembro, “a maior fragilidade nesse fronte diz respeito às pressões por mais gastos permanentes, o que, em ano eleitoral, tende a ser intensificado”, disse em nota matinal Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Funcionários públicos de várias categorias decidiram no final do ano passado promover dias de paralisação das atividades em janeiro e avaliar a realização de uma greve geral em protesto pela falta de uma política de reajuste salarial do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Sua mobilização vem depois de a União já ter conseguido, por meio da PEC dos Precatórios, abrir espaço fiscal para mais gastos com ajuda financeira à população. O novo programa de transferência de renda do governo, o Auxílio Brasil, foi fixado em 400 reais por família.

A moeda norte-americana fechou o dia 30 de dezembro em queda de 2,11%, a 5,5735 reais na venda, sua perda diária mais acentuada desde 24 de agosto (-2,25%).

No acumulado de 2021, o dólar subiu 7,36%, seu quinto ano consecutivo de valorização.

Fonte: Reuters