Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar oscilou em margens bastante estreitas no Brasil nesta quarta-feira e fechou muito próximo da estabilidade, com as cotações acompanhando o noticiário externo — onde a moeda norte-americana apresentava sinais mistos — e com os investidores à espera de novidades para, de fato, alterar posições.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9681 reais na venda, em leve alta de 0,10%. Em fevereiro, a moeda acumula ganho de 0,60%.

Na B3, às 17:31 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,06%, a 4,9765 reais.

Pela manhã, o dólar se manteve em margens estreitas, com a moeda variando menos de 2 centavos de real no mercado à vista. Operador ouvido pela Reuters afirmou que investidores estavam à espera de alguma notícia nova ou “algum deslize” de autoridade para operar. Como nem um nem outro surgiu, as cotações seguiram travadas.

Ao longo do dia, porém, autoridades do Federal Reserve se pronunciaram sobre a política monetária norte-americana, o que de certo modo reforçou a visão de que os EUA tendem a reduzir juros mais à frente — e não em março, como foi anteriormente precificado.

O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, previu 2 ou 3 cortes de juros este ano, citando a possibilidade de uma redução lenta dos juros se o mercado de trabalho seguir aquecido.

A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, defendeu que “no momento a política monetária permanece bem posicionada”, enquanto a diretora do Fed Adriana Kugler disse é preciso ter mais certeza sobre a inflação antes de reduzir a taxa básica de juros.

As falas deram suporte aos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, algum fôlego ao dólar ante as demais divisas, em especial durante a tarde.

No Brasil, após registrar a cotação mínima de 4,9529 reais (-0,20%) às 11h47, o dólar à vista marcou a máxima de 4,9751 reais (+0,24%) às 15h10.

“De manhã (houve) talvez um viés de baixa (para o dólar), um movimento que favoreceu em geral as moedas emergentes e ligadas a commodities, mas depois, seguindo em linha com um ajuste para cima dos (rendimentos dos) Treasuries, o dólar voltou para próximo do zero a zero”, resumiu o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.

“Sem dúvida, eu diria que é a menor volatilidade e amplitude de variação (do dólar) nas últimas semanas”, acrescentou.

Às 17:31 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,08%, a 104,060.

Pela manhã, o Banco Central informou que o setor público consolidado teve déficit primário de 249,124 bilhões de reais em 2023, o que equivale a 2,29% do Produto Interno Bruto. Com o resultado, a Dívida Bruta do Governo Geral saltou de 73,8% para 74,3% do PIB de 2022 para 2023.

Ainda pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril.

À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que a balança comercial brasileira acumulou superávit de 6,527 bilhões de dólares em janeiro, o que representa aumento de 185,6% em relação ao saldo registrado no mesmo mês do ano passado.

(Edição de Isabel Versiani)

Fonte: Reuters

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