O dólar tinha leve alta frente ao real nesta sexta-feira, ganhando algum fôlego após fortes perdas recentes, com o foco de investidores seguindo sobre a perspectiva de juros do Federal Reserve, agora mais otimista devido ao arrefecimento da inflação nos Estados Unidos.

Às 10:46 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,31%, a 4,8045 reais na venda.

Na B3, às 10:46 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,17%, a 4,8190 reais.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7898 reais na venda, com baixa de 0,57%. Em três dias, a moeda norte-americana acumulou queda de 1,90%, o que tende a gerar movimentos de correção no sentido oposto. Ainda assim, a divisa norte-americana continuava rondando patamares baixos e caminhava para registrar baixa de 1,30% na semana.

“O que leva a essa queda do dólar é realmente a consolidação das expectativas de que o Federal Reserve deve encerrar o seu ciclo de alta de juros após um último reajuste na próxima decisão, que será agora no dia 26 de julho, um reajuste de 0,25 ponto percentual”, disse Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.

“Aí a taxa de juros chegará ao seu nível máximo, entre um patamar entre 5,25 e 5,50% ao ano, o qual o Fed deve manter aí para um período de 5 meses. Depois, há divergências: o Fed disse que vai manter esse patamar por bastante tempo, mas o mercado já antecipa cortes a partir de março do ano que vem”, completou ele.

Uma política monetária menos rígida na maior economia do mundo tende a prejudicar o dólar globalmente, uma vez que tornaria mercados com retornos mais elevados mais atraentes para investidores estrangeiros. Expectativas de que o Fed encerre seu aperto monetário em breve foram alimentadas por dados de inflação ao produtor e ao consumidor norte-americanos mais fracos.

Nesta manhã, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes subia 0,1%.

Enquanto isso, no Brasil, ajudava a sustentar o real no acumulado da semana a perspectiva de “novas entradas de investidores estrangeiros que devem direcionar seus canhões para nossa bolsa de valores”, disse Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.

As perspectivas para o Ibovespa melhoraram nas últimas semanas, depois que o Banco Central indicou na ata de sua última reunião que pode começar a cortar juros em agosto caso se mantenha cenário de arrefecimento da inflação.

A taxa Selic está atualmente em 13,75%, nível elevado que tem beneficiado o real ao impulsionar a atratividade do mercado de títulos, mas alguns especialistas argumentam que a moeda brasileira pode não ser tão afetada pela reversão desse cenário, já que as perdas via renda fixa podem ser compensadas por ingressos via renda variável.

Fonte: Reuters