O dólar caía frente ao real nesta segunda-feira, em sessão que promete ser volátil por ser a última do mês, pressionado por um clima ameno no exterior, enquanto investidores locais aguardam a decisão de política monetária do Banco Central desta semana.

Às 10:11 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,12%, a 4,7256 reais na venda.

Na B3, às 10:11 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,24%, a 4,7250 reais.

Operadores alertavam para a possibilidade de vaivém na taxa de câmbio ao longo da sessão, devido à disputa antes do fechamento da Ptax do fim de julho.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes rondava a estabilidade, enquanto os mercados acionários exibiam viés ligeiramente positivo, em meio a sinais de arrefecimento da inflação e de uma economia resiliente nos Estados Unidos, somados ainda às expectativas de que o Federal Reserve já tenha encerrado seu ciclo de aperto monetário.

No entanto, a “semana promete ser desafiadora, com decisões de política monetária no Brasil e na Inglaterra, finalizando com o payroll na sexta-feira”, disse Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, referindo-se a um importante relatório de empregos do governo dos Estados Unidos.

Já o Banco Central local deve cortar os juros básicos em 0,25 ponto percentual quando se reunir na terça e na quarta desta semana, de acordo com economistas consultados pela Reuters. Mas operadores do mercado financeiro se mostravam mais divididos, embutindo probabilidade de cerca de 53% de uma redução de meio ponto, com 47% de chance de um ajuste mais brando.

O nível atual dos juros, de 13,75%, é apontado como um apoio para o real ao torná-lo mais atraente para estratégias de “carry trade”, que buscam lucrar com diferenciais de custos de empréstimo entre economias. No entanto, alguns participantes do mercado argumentam que, mesmo após o início do afrouxamento da política monetária do BC, a Selic seguirá em nível restritivo, dando suporte à moeda brasileira, ao mesmo tempo que prevalece uma visão mais otimista sobre a conjuntura doméstica.

“Os ativos locais seguiram uma tendência expressiva de valorização após o aumento do apetite por risco sob um cenário de maior resiliência nos dados macroeconômicos, à medida que os índices de inflação continuam desacelerando e os principais bancos centrais sinalizam que os cortes nas taxas de juros estão próximos”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados da Ebury.

Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,7315 reais na venda, com baixa de 0,58%.

Fonte: Reuters com adaptações Suino.com