O dólar tinha leve queda frente ao real nesta segunda-feira, seguindo as negociações de volumes reduzidos no exterior em dia de feriados em importantes praças globais, enquanto investidores digeriam um acordo para evitar um calote da dívida nos Estados Unidos.

Às 10:26 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,14%, a 4,9781 reais na venda. Na B3, às 10:26 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,43%, a 4,9805 reais.

Esse movimento estava em linha com o índice do dólar frente a uma cesta de pares fortes, que alternava estabilidade e leve queda em dia de volumes reduzidos devido a feriados nos Estados Unidos e no Reino Unido.

“Com o feriado norte-americano, tem pouca liquidez, então o mercado externo sofre o impacto, fica um pouco mais lento”, disse à Reuters Anilson Moretti, sócio da HCI Invest e planejador financeiro pela Planejar sobre a oscilação tímida da divisa norte-americana nesta manhã.

Alguns participantes do mercado citaram alívio após o presidente dos EUA, Joe Biden, ter finalizado no domingo um acordo orçamentário com o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, para suspender o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares até 1º de janeiro de 2025. Biden disse que o acordo está pronto para ser levado ao Congresso para votação.

No entanto, Moretti ressalvou que houve alguma frustração entre investidores pela demora nas negociações da dívida, que levantou sérias preocupações sobre a possibilidade de um calote catastrófico dos títulos norte-americanos.

Para o ele, o foco fica agora sobre os próximos dados econômicos dos EUA, em “semana decisiva para saber o que o Federal Reserve vai fazer em sua próxima reunião” de política monetária.

Na sexta-feira, será divulgado um importante relatório de emprego do governo dos EUA, que é acompanhado de perto pelo banco central do país. Dados mais fortes do que o esperado podem sustentar a percepção de uma economia resiliente e reforçar apostas numa nova elevação dos juros no encontro do Fed de 13 e 14 de junho.

Os mercados futuros já precificam quase 60% de chance de o Fed elevar os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual no mês que vem, com os outros cerca de 40% esperando manutenção da taxa básica.

Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente do redirecionamento de recursos para o mercado de renda fixa norte-americano.

No Brasil, investidores continuavam monitorando a tramitação do arcabouço fiscal no Senado, em meio a noticiário político que alguns operadores descreveram como mais calmo neste início de semana.

Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9851 reais na venda, com baixa de 0,99%.

Fonte: Reuters