A Embrapa Amazônia Ocidental está realizando, no estado do Amazonas, oficinas sobre adequação ambiental de propriedades rurais ao Código Florestal.  A próxima oficina está agendada para o dia 29 de maio de 2018, terça-feira, no Campo Experimental da Embrapa no município de Maués. A primeira edição da oficina foi realizada no dia 11 de maio de 2018, no município de Boca do Acre, no sul do estado.

O conteúdo abordado nas oficinas inclui introdução ao Código florestal (Lei 12.651/2012), que estabelece normas para proteção da vegetação nativa em áreas de preservação permanente, reserva legal, uso restrito, exploração florestal entre outros aspectos relacionados. Também aborda informações sobre solos, coleta, análise e interpretação; floresta de curta duração para produção de energia e serviços; técnicas e modelos de recuperação ambiental e adequação ambiental de propriedades rurais.

As oficinas são realizadas em parceria com o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), a Technische Universität Bergakademie Freiberg e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A oficina do dia 11 contou com apoio da  Universidade do Estado do Amazonas (UEA), campus Boca do Acre, e a oficina do dia 29 tem o apoio do Instituto Federal do Amazonas (Ifam – Campus Maués).  Os pesquisadores Roberval  Lima e Cíntia Rodrigues de Souza são os coordenadores das oficinas.  O pesquisador Gilvan Coimbra Martins participará também como instrutor na oficina em Maués.

As oficinas têm o objetivo de capacitar multiplicadores para a adequação ambiental da propriedade rural ao Código Florestal.  Essa é uma atividade do projeto “Respiração do solo em ecossistema de florestas e pós-florestas – avaliação do uso e manejo dos sistemas de uso da terra no estado do Amazonas”, que é a segunda fase do projeto “Modelos ecologicamente sustentáveis para a adequação ao Código Florestal Brasileiro das propriedades rurais no estado do Amazonas – Fase I” (projeto Model CF Amazon). As oficinas constituem-se também em uma atividade de apresentação dos resultados do Projeto Eco Respira Amazon, para ampliar a escala de aplicação desses resultados no interior do estado, segundo explica o pesquisador Roberval Lima, que ministrou a oficina em Boca do Acre.

O projeto Eco Respira Amazon realizou pesquisa com coleta de dados no sul do Amazonas e na região central do Estado, por isso para as oficinas foram escolhidos municípios dessas regiões. O município de Boca do Acre, situado no sul do Amazonas , é considerado um dos municípios prioritários para recuperação ambiental por apresentar alta taxa de desmatamento.

Formação de multiplicadores
O pesquisador Roberval Lima relata que a oficina realizada em Boca do Acre alcançou seus objetivos  e contou, entre os multiplicadores capacitados, com a participação do secretário municipal de meio ambiente, técnicos de extensão rural do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e alunos dos cursos de Tecnologia em Gestão Ambiental, Tecnologia em Agroecologia, e Licenciatura em Ciências Biologicas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Secretários municipais de meio ambiente de outros municípios manifestaram interesse em receber a oficina com orientações para cumprimento do Código Florestal e adequação ambiental das propriedades rurais. O interesse foi manifestado  em reunião, no último 21 de maio, no Fórum permanente das secretarias municipais de meio ambiente do estado do Amazonas, coordenado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), na qual o pesquisador Roberval Lima apresentou informação sobre as oficinas. Os interessados devem fazer a solicitação formal à chefia-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, para análise da viabilidade.

Sobre os projetos – O projeto Respiração do solo em ecossistema de florestas e pós-florestas – avaliação do uso e manejo dos sistemas de uso da terra no estado do Amazonas tem como objetivo descrever e entender os sistemas de uso da terra sob floresta e pós-floresta em relação à respiração do ecossistema e o fluxo de gases no solo, comparando diferentes sítios no estado do Amazonas (desde floresta nativa até sítios degradados) para monitorar a resiliência dos modelos para recuperação de áreas de reserva legal (AR), áreas de preservação permanente (APP) e áreas de uso (AU) para adequação das propriedades rurais no estado do Amazonas.

O projeto Respiração do solo em ecossistema de florestas e pós-florestas é uma continuidade do  projeto Modelos ecologicamente sustentáveis para adequação ao Código Florestal Brasileiro das propriedades rurais no Estado do Amazonas (ModelCF Amazon), liderado pela Embrapa Amazônia Ocidental, tem como objetivo usar os dados relacionados à respiração do ecossistema para propor e implementar modelos de recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs), Áreas de Reserva Legal (ARLs) e Áreas de Uso Restrito (AURs), que possam possibilitar a adequação ambiental das propriedades rurais no Estado do Amazonas.

O Eco Respira Amazon é um projeto liderado pela universidade alemã Techinische Universität Bergakademie Freiberg (Tubaf) realizado em parceria com a Embrapa Amazônia Ocidental e busca entender como é a respiração do ecossistema e o efluxo de gases do solo na Bacia Amazônica e como isso varia comparativamente em diferentes ambientes e modos de uso da terra no bioma Amazônia.

Os projetos ocorrem no âmbito da cooperação internacional Brasil-Alemanha , por meio do Programa de cooperação em pesquisa e inovação tecnológica – NoPA II, no tema “Proteção e uso sustentável de florestas tropicais”. O financiamento dos projetos é realizado, pelo governo brasileiro, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelas agências alemãs Deutscher Akademischer Austausch Dienst (Daad) e Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).

Roberval informa que na oficina em Boca do Acre também esteve presente o representante da  GIZ e coordenador do programa Nopa no Brasil, Marcos Regis.

Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental