Depois da polêmica e das inúmeras notas de repúdio e posicionamentos de instituições ligadas ao agronegócio brasileiro em torno das questões que trouxeram críticas infundadas sobre o setor no Enem deste ano, além do pedido de anulação da prova pela FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária), o Palácio do Planalto orientou seus ministros a se calarem frente às críticas e não tecerem seus comentários sobre as mesmas.

Segundo fontes ouvidas pela CNN e como foi noticiado pelo canal, “o diagnóstico é de que qualquer movimento poderia escalar a crise com o setor”. Além da ordem ser de que os dirigentes das pastas – em especial Camilo Santana, da Educação, e Carlos Fávaro, da Agricultura – não se manifestem, a orientação seria ainda a de direcionar os questionamentos e críticas ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão responsável pela formulação do Enem.

Diante da notícia, na tarde desta terça-feira (7), a FPA trouxe uma nota em suas redes sociais criticando o posicionamento do Governo Federal.

“Em semana decisiva para a agenda econômica do país, governo decide se calar diante dos absurdos na prova do ENEM. Isso tudo para não “escalar” a crise com o setor, e assim garantir os votos necessários para pautar projetos e matérias importantes ao governo. Diz ai, medo ou respeito?”, diz a publicação

Ainda da acordo com a CNN, os ministros Camilo Santana e Carlos Fávaro teriam visões diferentes sobre o episódio e sobre o cunho das questões, com o ministro da Agricultura defendendo, inclusive, que teriam de estar concentradas nele “as conversas sobre o tema e defende que haja gestos mais efetivos à bancada do agro”. E nos corredores de Brasília, as discussões se dão sobre a relação do ministro com lideranças do setor.

Em sua nota oficial desta segunda-feira (6), no dia seguinte da prova, a FPA afirmou que “o ENEM é um exame de avaliação do conhecimento. As perguntas são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica e permite que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista. Anulação já!”. E mais do que isso, listou as ações que espera do Governo Federal:

“Ações:
a) Requerimento de convocação do Ministro da Educação, Camilo Santana, para audiências na Câmara dos Deputados e Senado Federal;
b) Requerimento de informação ao Ministério da Educação sobre a banca organizadora do ENEM 2023 e referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame;
c) Anulação das questões 89, 70 e 71 do ENEM 2023”.

Ainda na CNN, o jornalista William Waack trouxe seu posicionamento sobre o ocorrido e classificou o momento como um “atraso mental do Brasil”, além de ter definido como “dupla barbaridade intelectual”.

Fonte: Notícias Agrícolas

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