Chicago tem semana de pouca movimentação pesando economia x oferta

A sexta-feira (14) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando leves recuos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,58 e R$ 96,29.

O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 87,58 com queda de 0,23%, o janeiro/23 valeu R$ 93,21 com baixa de 0,10%, o março/23 foi negociado por R$ 96,29 com alta de 0,01% e o maio/23 teve valor de R$ 94,73 com perda de 0,02%.

Já na comparação semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam valorizações de 1,26% para o novembro/22, de 1,85% para o janeiro/23, de 2,33% para o março/23 e de 1,96% para o maio/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (07).

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, essa semana registrou negócios, com as melhores oportunidades aparecendo nos portos brasileiros e com poucas mudanças nos balcões gaúchos.

Entre os meses de fevereiro e setembro de 2022 o Brasil já acumulou exportação de 22 milhões de toneladas de milho, devendo embarcar mais 6 milhões ao longo deste mês de outubro. Se essa projeção se confirmar, já seriam 28 milhões de toneladas das 35 a 40 milhões estimadas pelo mercado.

Segundo o analista da Germinar Corretora, Roberto Carlos Rafael, a volatilidade do dólar mexe com as cotações no Brasil e os produtores precisam ir vendendo e fazendo médias de preços, sem segurar grandes volumes para o momento de virada de safra.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou elevações neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou desvalorização em nenhuma das praças, mas percebeu valorizações em Castro/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Brasília/DF, São Gabriel do Oeste/MS, Maracaju/MS, Campo Grande/MS, Machado/MG e Itapetininga/SP.

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “bastante influenciada pela paridade de exportação, a saca de milho comercializada em Campinas/SP avança para o patamar de R$ 84,50”.

Na visão da SAFRAS & Mercado, a semana foi marcada por um cenário de retomada do movimento de alta dos preços no milho no Brasil. Segundo a consultoria, os produtores voltaram a reduzir as intenções de venda do cereal, observando o comportamento do câmbio e o movimento dos mercados futuros, deixando o mercado interno com negócios travados.

Mercado Externo

A Bolsa de Chicago (CBOT) também encerrou as atividades desta sexta-feira contabilizando movimentações negativas para os preços internacionais do milho futuro.

O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,89 com queda de 8,00 pontos, o março/23 valeu US$ 6,96 com desvalorização de 8,75 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,97 com baixa de 8,50 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,90 com perda de 8,25 pontos.

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (13), de 1,15% para o dezembro/22, de 1,28% para o março/23, de 1,13% para o maio/23 e de 1,29% para o julho/23.

Já na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam elevações de 0,88% para o dezembro/22, de 0,72% para o março/23, de 0,72% para o maio/23 e de 0,44% para o julho/23, com relação ao fechamento da última sexta-feira (07).

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho seguiram o trigo em queda, pressionados pela demanda fraca e pela pressão de repercussões dos mercados de energia e ações mais baixos.

A publicação destaca que, a fraca demanda de exportação também pressionou o milho, já que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou na sexta-feira vendas líquidas de apenas 260.700 toneladas na semana passada, abaixo das expectativas comerciais.

Roberto Carlos Rafael aponta que, neste momento, questões relacionadas a inflação mundial, alta de juros e dólar valorizado colocam em xeque o tamanho da demanda mundial por milho, o que pressiona as cotações.

Por outro lado, problemas nas lavouras norte-americanas que devem produzir 13 milhões de toneladas a menos do que o esperado inicialmente e nas europeias que devem perder 12 milhões, de acordo com os últimos dados do USDA, atuam do outro lado da balança.

Fonte: Notícias Agrícolas