Mais um mês e novos cortes foram feitos na produção brasileira de soja. Desta vez, no entanto, parece que as mudanças estão ficando menores mês a mês. Uma divergência importante permanece no mercado. Enquanto o USDA mantém um número alto 156M ton (-1M ton M/M), a Conab reduziu suas estimativas para 149,4M ton (-6M ton M/M), o que está mais em linha com outros agentes.

“Após esses importantes relatórios, pretendemos atualizar nosso número de safra e mostrar um pouco do que está por trás dele. Primeiro, vamos entregar o ouro: o número da safra de fevereiro da hEDGEpoint é de 150,1M ton, abaixo dos 153,4M ton de janeiro. A consolidação adicional das perdas devido ao mal começo da safra foi um motivo. Entretanto, as condições climáticas foram melhores em janeiro, o que ajudou a estancar o sangramento”, afirma Pedro Schicchi, analista de Grãos & Oleaginosas da hEDGEpoint Global Markets.

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“Durante a revisão do mês passado, estávamos bem no “olho do furacão”. Desta vez, embora ainda não estejamos fora de perigo, a quantidade de lavouras que já atingiram a maturidade ou foram colhidas é muito maior.

Ainda assim, há uma parcela significativa da safra nos estágios reprodutivos. Isso é especialmente verdadeiro para os estados produtores nos extremos (Rio Grande do Sul e MATOPIBA), que plantam e colhem mais tarde do que os outros. A consequência é que, como uma menor parcela da produção está “em risco”, as mudanças em novas revisões nos números de safra devem começar a diminuir”, explica o analista.

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As condições climáticas em janeiro representaram uma melhora em relação a dezembro na maioria das regiões, o que, sem dúvida, ajudou a evitar mais perdas em nível nacional. As temperaturas foram mais amenas durante o mês e a precipitação foi maior, em média, embora não em todas as regiões.

“Entrando em fevereiro, as precipitações continuam favoráveis, embora não em todos os lugares. Entre as duas regiões com a maior parcela de culturas “em risco”, os níveis médios de precipitação ao longo do mês são melhores no MATOPIBA, em comparação com o Rio Grande do Sul. As temperaturas mais quentes do que o normal continuam a ser a norma neste ciclo”, observa.

Em média, uma planta de soja precisa de ~8 mm/dia de chuva para prosperar nos estágios reprodutivos de seu desenvolvimento.

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NDVI

Por fim, o último input considerado em nossos modelos é o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI). O NDVI é usado para quantificar o “quão verde” está a vegetação e é útil para entender a densidade da vegetação e avaliar as mudanças na saúde das plantas (USGS). Embora não seja perfeita, a medida tem uma boa correlação com a produtividade.

“Vários blocos de estados importantes no Brasil, apesar de piores do que no ano passado, permaneceram próximos da média de 20 anos durante toda a temporada. Exemplos são Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. É claro que isso é verdade no conjunto, mas pode não ser verdade quando se fala de regiões específicas dentro desses estados. Os extremos (MATOPIBA e Rio Grande do Sul) tiveram um início de temporada muito ruim, mas se recuperaram quando chegamos a janeiro e as condições climáticas melhoraram”, pontua.

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Em resumo, o fim das contas é que, na opinião da hEDGEpoint, os números continuam caindo, e não sem razão. No entanto, condições melhores estancaram o sangramento até certo ponto e, com uma parcela menor da produção em risco, as alterações nas estimativas devem começar a diminuir à medida que avançamos.

Fonte: hEDGEpoint

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