Possibilidade de volta do fenômeno – que ocorreu entre 2018-2019 – no início da nova safra de grãos supera os 50%

O La Niña está perdendo forças e uma neutralidade se aproxima ao longo dos próximos meses, segundo divulgação nesta quinta-feira (12) da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, em inglês). Mas o que mais chamou a atenção dos meteorologistas nesse recente reporte é que só aumentam as chances de um El Niño no Oceano Pacífico Equatorial no segundo semestre.

Caso se confirme, essa seria a primeira vez que o fenômeno voltaria a dar as caras desde os anos 2018-2019. Em outros anos, o El Niño provocou altos volumes de chuva em áreas do Centro-Sul do país, mas também trouxe temperaturas elevados. Na faixa Norte do país, o tempo seco predominou. O fenômeno é caracterizado por águas mais quentes no Pacífico Equatorial.

Apesar das chances de um El Niño ultrapassarem os 40% entre os meses julho, agosto e setembro, e ficar acima de 50% entre agosto, setembro e outubro, o NOAA ainda espera mais sinais para cravar o fenômeno.

“Precisamos ver mais sinais do El Niño antes de começarmos a esperar por ele. Ainda faltam mais de 6 meses, e as probabilidades de neutro + La Niña ainda estão bem próximas de igualar com El Niño. Além disso, como o ENSO é um padrão sazonal, precisamos ser capazes de esperar que o Pacífico tropical característico do El Niño, mais quente que a média, esteja presente por mais de um ou dois meses seguidos”, disse o NOAA.

Sinais oceânicos também ainda são acompanhados pelos meteorologistas do centro oficial de meteorologia dos Estados Unidos.

Antes que o El Niño possa dar as caras, a condição de neutralidade no oceano – quando nem El Niño e La Niña estão presentes – entre os meses de fevereiro, março e abril já é dada como certa, ficando acima de 70%, sobre menos de 30% de La Niña – fenômeno climático que impera neste momento. Há ainda mais de 80% de chance de condições neutras até março-maio ​​de 2023. De dezembro-fevereiro e janeiro-março, pico da colheita de grãos no Brasil, o La Niña ainda se sobressai.

Fonte: Notícias Agrícolas