Os agricultores brasileiros aplicaram US$ 2,8 milhões em defensivos agrícolas nas plantações de trigo, ao longo do primeiro trimestre deste ano, para evitar que o pão nosso de cada dia ficasse mais caro. E não somente os pães, mas bolos e todas as massas que levam a tradicional farinha na receita. Sem esse importante investimento, pragas e doenças poderiam causar a perda de até 80% da produção do cereal.

“O Brasil tem produzido mais de 5,6 milhões de toneladas em uma área equivalente a mais de 2,1 milhões de campos de futebol. Sem o manejo correto e seguro de insetos, fungos e plantas daninhas com defensivos agrícolas, a colheita poderia ser reduzida a 1,1 milhão de toneladas”, afirma o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Julio Borges.

Com base nos dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta um valor de 4,1 bilhões para a produção de trigo, a conta para os agricultores seria alta: um potencial prejuízo de até R$ 3,3 bilhões. E que não seria restrito ao campo: sem matéria-prima, também haveria elevação nos preços de derivados do trigo e até de medicamentos que utilizam o gérmen dos grãos.

“As doenças causadas por fungos, em especial, atormentam os produtores rurais. A ferrugem da folha e a mancha marrom, por exemplo, ocasionam uma quebra potencial de 50% e 80% na safra, respectivamente. O oídio e a mancha amarela, por sua vez, têm prejuízos estimados em 40% da colheita. São números preocupantes”, destaca a diretora-executiva do Sindiveg, Eliane Kay.

E a atenção não se concentra apenas nos fungos, mas também nos insetos – como o coró, lagartas, pulgões e percevejos – e nas ervas daninhas – como o azevém. “Enquanto os insetos, pequenos inimigos, têm uma grande capacidade destrutiva, as plantas invasoras causam uma competição por nutrientes que acaba prejudicando o desenvolvimento ideal do trigo”, explica Eliane.

A solução para essa ameaça iminente é proteger o cereal. A indústria, por meio da ciência e da tecnologia, está empenhada em auxiliar os agricultores a vencer mais esse desafio. “Temos em nosso país recursos modernos para controlar pragas, doenças e daninhas, que se espalham facilmente devido ao clima tropical – propício para a disseminação – e rapidamente podem criar resistência”, salienta a diretora.

Eliane aponta que defensivos, usados de forma correta e segura, protegem o trigo sem causar prejuízo à qualidade do cultivo e à segurança do alimento oferecido à população. “Antes de serem comercializadas, as soluções são testadas e submetidas a longo e rigoroso processo de avaliação. Essa é a garantia de que esses insumos são benéficos para agricultores, comerciantes e consumidores”, finaliza.

Produção regional

Mais de 80% das 5.604.158 toneladas de trigo produzidas no Brasil estão concentradas em dois estados: Paraná (43% do total) e Rio Grande do Sul (40%). Há ainda colheita importante em São Paulo (7%), Minas Gerais (4%) e Santa Catarina (3%). Outros quatro estados também se dedicam a cultura: Goiás (1,2%), Mato Grosso do Sul (0,8%), Bahia (0,3%) e Distrito Federal (0,1%).

Fonte: Assessoria de Imprensa