Chicago ficou praticamente estável ao longo da semana

A sexta-feira (20) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando mais um dia de recuos na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 87,20 e R$ 90,50 e encerraram a semana acumulando reveses.

O vencimento março/23 foi cotado à R$ 90,50 com perda de 0,28%, o maio/23 valeu R$ 89,50 com desvalorização de 0,57%, o julho/23 foi negociado por R$ 87,60 com queda de 0,15% e o setembro/23 teve valor de R$ 87,20 com baixa de 0,40%.

No comparativo semanal, os contratos do cereal brasileiro acumularam perdas de 1,79% para o março/23, de 2,61% para o maio/23, de 1,96% para o julho/23 e de 2,24% para o setembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (13).

Para Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, as cotações do milho na B3 sentiram a pressão da falta de novas demandas no mercado. Ele explica que, apesar dos volumes de exportação de dezembro e janeiro terem sido recordes, essas eram compras já acertadas desde o começo de dezembro, e novos negócios apareceram apenas pontualmente.

De qualquer forma, as exportações devem seguir sendo balizadoras dos preços no país. De fevereiro de 2022 a dezembro de 2022, foram embarcadas 41,8 milhões de toneladas de milho, o que somadas as 2,9 milhões do começo de janeiro e as 4,2 milhões do line-up contratado, encerraria o ano agrícola em 31 de janeiro com mais de 48 milhões de toneladas exportadas.

Rafael destaca o papel da China nessa demanda para exportação, já que, mesmo chegando na reta final do ano, os asiáticos foram responsáveis por comprar 2,8 milhões de toneladas já em 2022 e devem aumentar os pedidos para 2023, ano que os chineses devem importar, ao todo, 18 milhões de toneladas.

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho se movimentou pouco neste último dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, encontrou desvalorização apenas no Porto de Santos/SP e identificou valorizações apenas nas praças de Maracaju/MS e Campo Grande/MS.

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, o milho segue sendo pressionado no mercado físico, devido ao aumento da oferta do cereal, que é comercializado na média de R$ 85,50/sc em Campinas/SP.

A análise diária da Radar Investimentos destaca que, “o mercado do milho físico termina a semana mais pressionado do que começou nas praças paulistas. A queda do preço no porto e mais produtores negociando foram os fundamentos para este comportamento”.

Mercado Externo

Já na Bolsa de Chicago (CBOT) foi a estabilidade que regeu as movimentações desta sexta-feira para os preços internacionais do milho futuro, que encerraram a semana muito próximos dos patamares em que iniciaram.

O vencimento março/23 foi cotado à US$ 6,76 com desvalorização de 1,00 ponto, o maio/23 valeu US$ 6,74 com queda de 0,25 pontos, o julho/23 foi negociado por US$ 6,63 com alta de 0,25 pontos e o setembro/23 teve valor de US$ 6,10 com perda de 0,50 pontos.

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (19), de 0,15% para o março/23 e de 0,16% para o setembro/23, além de estabilidade para o maio/23 e para o julho/23.

Na comparação semanal, os contratos do cereal norte-americano acumularam ganhos de 0,15% para o março/23 e de 0,15% para o maio/23, estabilidade para o julho/23 e perda de 0,65% para o setembro/23, em relação ao fechamento da última sexta-feira (13).

Segundo informações da Agência Reuters, o milho foi misturado no comércio agitado, já que as fortes vendas semanais de exportação dos Estados Unidos compensaram a pressão das perspectivas climáticas da Argentina.

A publicação acrescenta que, as perspectivas climáticas da Argentina pressionaram os futuros do milho, mas o mercado reduziu as perdas com os traders digerindo o relatório semanal de vendas de exportação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que apontou vendas de milho 2022/23 dos EUA em 1,1 milhão de toneladas, acima da faixa das expectativas comerciais.

“O milho teve um relatório de vendas de exportação fabuloso. É apenas uma semana, mas se conseguirmos manter isso, então temos algo para conversar”, disse Jack Scoville, analista do Price Futures Group em Chicago.

Fonte: Notícias Agrícolas