Chicago até subiu com petróleo, mas terminou liquidando

A segunda-feira (03) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações positivas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 79,35 e R$ 81,65.

O vencimento maio/23 foi cotado à R$ 80,30 com alta de 0,89%, o julho/23 valeu R$ 79,58 com valorização de 0,99%, o setembro/23 era negociado por R$ 79,35 com elevação de 0,98% e o novembro/23 teve valor de R$ 81,65 com ganho de 0,62%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as cotações da B3 são reflexo de um mercado que não têm muito fôlego para avançar diante de uma safra grande que virá pela frente.

Na visão de Brandalizze, grande parte das lavouras da safrinha foram semeadas dentro da janela ideal e precisão de mais poucas semanas de chuvas para garantir um alto potencial produtivo. Já para os cerca de 20% que ficaram atrasados, o risco será grande para quem arriscou com o milho ao invés de trocar para o sorgo, por exemplo.

O mês de março chegou ao final com o Brasil acumulando exportação de 1.335.257,5 toneladas de milho não moído (exceto milho doce), de acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Sendo assim, o volume acumulado nos 23 dias úteis do mês representa 9.251% mais do que o total de 14.278,9 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de março de 2022.

Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho se movimentou, mas negativamente, neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não identificou valorização em nenhuma das praças, mas percebeu desvalorizações em Sorriso/MT, Dourados/MS e Machado/MG.

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “ainda sob pressão da baixa demanda, o milho segue perdendo força no mercado físico e passa a ser negociado na média de R$ 82,50/sc em Campinas/SP”.

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que o preço do milho fechou março em baixa.

“Enquanto produtores têm necessidade de escoar a produção da safra de verão, compradores nacionais e externos limitam as aquisições. Vendedores estão mais flexíveis nos valores e dispostos a realizar entregas imediatas”.

Do lado da demanda, agentes consultados pelo Cepea sinalizam ter estoques para o curto prazo, enquanto outros aproveitam as oportunidades atuais de maior oferta para adquirir o cereal a valores mais baixos.

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro também encerraram a segunda-feira com altas para a maior parte das cotações da Bolsa de Chicago (CBOT).

O vencimento maio/23 foi cotado à US$ 6,57 com queda de 2,75 pontos, o julho/23 valeu US$ 6,37 com alta de 1,00 ponto, o setembro/23 foi negociado por US$ 5,78 com elevação de 1,00 ponto e o dezembro/23 teve valor de US$ 5,67 com ganho de 1,00 ponto.

Esses índices representaram altas, com relação ao fechamento da última sexta-feira (31), de 0,16% para o julho/23, de 0,17% para o setembro/23 e de 0,18% para o dezembro/23, além de baixa de 0,45% para o maio/23.

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho sofreram apesar de alguns sinais de alta na segunda-feira, incluindo uma venda relâmpago anunciada para o México esta manhã.

Vlamir Brandalizze explica que o milho subiu impulsionado pelo anúncio de corte na produção de petróleo, mas logo viu que essa alta não tinha consistência e já começou a liquidar, inclusive com o primeiro vencimento fechando no negativo.

“O investidor de Chicago é desconfiado desse pessoal do petróleo”, pontua o analista.

Fonte: Notícias Agrícolas