A receita operacional líquida da BRF atingiu R$ 8,2 bilhões no 2° trimestre de 2018, um aumento de 1,9% frente ao mesmo trimestre do ano anterior. O resultado reflete o crescimento de 4,0% no volume comercializado no período, sobretudo devido ao desempenho nos mercados brasileiro e muçulmano, que compensou redução de vendas em outros mercados como Europa, Rússia e China.

Apesar da melhora dos volumes e da receita, a rentabilidade da companhia foi fortemente impactada por fatores externos ligados ao fechamento de mercados na Europa e Rússia, além da sobretaxa imposta pela China. A greve dos caminhoneiros e um menor valor agregado do mix de produtos comercializados, além dos efeitos da desvalorização cambial, também influenciaram o resultado, fazendo com que a BRF registrasse prejuízo líquido de R$ 1,57 bilhão no segundo trimestre.

Com uma maior disciplina na gestão de recursos, o fluxo de caixa livre registrou uma melhora de R$ 650 milhões sobre o segundo trimestre de 2017. No semestre, este indicador acumulou melhora de R$ 2 bilhões em relação ao mesmo período de 2017.

Para enfrentar este cenário mais desafiador, a companhia anunciou medidas para ampliação de eficiência com previsão de impacto positivo no Ebitda de R$ 515 milhões em 2018 e pelo menos R$ 1,2 bilhão em 2019. Estas iniciativas complementam o plano de reestruturação operacional e financeira, divulgado em junho, que incluem desinvestimentos e adequações fabris.

Com isso, a previsão é que o endividamento da empresa seja reduzido para atingir um índice de alavancagem líquida de 4,35x ao fim de 2018 e de 3,0x no fim de 2019.

“Começamos a executar agora as estratégias que vão ditar a recuperação da companhia nos trimestres seguintes e permitir que continuemos a crescer e voltar a entregar resultados”, afirmou o Diretor Presidente Global da BRF, Pedro Parente. “São medidas que dependem exclusivamente da companhia. Nosso foco será implementar essas mudanças com disciplina e rigor”, conclui.

Desempenho por mercado

No Brasil, a BRF manteve sua expansão comercial e encerrou o trimestre com 195 mil pontos de venda e market share de 46,8% (0,9 ponto percentual acima do obtido em junho de 2017). “Tivemos um excelente trimestre de execução comercial no mercado doméstico”, disse Lorival Luz, Diretor Vice-Presidente Executivo Global, Diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores.O volume comercializado no país subiu 8,6% na comparação anual, com crescimento tanto na categoria in natura (23,2%), quanto na de processados (3,4%), levando ao aumento de 4,2% na receita operacional líquida no período, que atingiu R$3,7 bilhões.

A receita operacional líquida no mercado muçulmano (halal) somou R$2,1 bilhões, alta de 33,6% frente ao segundo trimestre do ano passado. O avanço é fruto da consolidação da Banvit, empresa adquirida na Turquia, e do crescimento orgânico das vendas internas e exportação.

Fonte: BRF