Nos portos, indicativos chegaram a testar até R$ 1,50/por saca a mais na comparação diária

O dólar registrou uma sessão bastante volátil nesta quarta-feira (4), testou os dois lados da tabela, mas encerrou o dia bem próximo da estabilidade, sendo cotado a R$ 5,15, com uma leve queda de 0,09%. E é esta uma das principais movimentações que o mercado da soja tem acompanhado, tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos. Nesta semana, a valorização da moeda americana já é de pouco mais de 2% e tem exercido papel importante na formação dos preços da oleaginosa brasileira.

“O dólar é a bola da vez. Na soja, a cada 10 centavos de dólar são quase R$ 3,00 por saca. Então, todo este movimento, a nosso ver, é oportunidade”, explica o analista de mercado e diretor da Royal Rural, Ronaldo Fernandes.

Ele complementa ainda dizendo que trata-se, portanto, de um momento de oportunidade porque a volatilidade ainda pode acometer a movimentação cambial e promover uma correção, mesmo que pontual das altas da moeda americana, e limitar os ganhos observados entre os preços no mercado nacional.

“O dólar até poderia vir aos R$ 5,20, mas fica difícil se sustentar neste ou acima deste patamar, porque já precificou boa parte dos eventos e mesmo que o Federal Reserve suba mais os juros. Juros mais altos do que agora, dólar mais alto do que agora é caos na economia e ninguém quer isso. Por isso, a nosso ver, é oportunidade”, detalha o especialista.

Nesta quarta-feira, diante não só da estabilidade do dólar, mas também do fechamento estável dos futuros da soja na Bolsa de Chicago, os preços no mercado físico brasileiro subiram em todas as praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas – com altas de até 2,44% como foi o caso de Campo Grande/MS e de 2,87% em Brasília/DF, para indicativos de R$ 126,00 e R$ 125,50 por saca.

Já nos portos, os preços não mostraram grandes oscilações, mas chegaram a testar indicativos até R$ 1,50 por saca mais altos durante o dia, como relata o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Em Paranaguá, nos vencimentos mais curtos testou os R$ 145,50, e safra nova chegando a se aproximar dos R$ 140,00, com R$ 138,50. Em Rio Grande, os preços variam de R$ 134,00 a R$ 139,50, como é o caso do mês de junho, para a safra nova.

“Acima dos R$ 140,00 começa a ficar interessante para o produtor fazer uma “fezinha”, para garantir não ter que vender nos primeiros meses depois da colheita”, diz o consultor.

Complementando o tripé formador de preços da soja brasileira, o mercado observa também o comportamento dos prêmios. Para a nova safra, estão variando de 85 centavos de dólar a US$ 1,10 por bushel negativos, abaixo das referências praticadas em Chicago.

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, nesta quarta-feira, os preços terminaram o dia em campo misto, subindo 0,25 ponto nos primeiros vencimentos, com o novembro sendo cotado a US$ 12,73 por bushel, enquanto os mais alongados perderam de 0,25 a 0,50 ponto, levando o maio a US$ 13,20.

A soja passou a acompanhar as demais commodities, que registravam mais uma queda generalizada no pregão de hoje, com o petróleo na dianteira, perdendo mais de 5% tanto no WTI, quanto no brent. A perda no mercado veio mesmo com a manutenção no corte da produção por parte da Rússia e da Arábia Saudita, já que há preocupações, por outro lado, com a demanda, bem como a interferência do financeiro que continua.

“A atenção do mercado mudou do foco no aperto de curto prazo para as implicações da permanência das taxas de juros mais altas por mais tempo, o ambiente macro moderado que isso implica e como a Opep+ planeja lidar com isso quando se reunir em 26 de novembro”, disse o analista da Investec. Callum Macpherson à agência Reuters Internacional.

Faltam novas notícias para movimentar de forma mais clara as cotações na CBOT. Os traders ainda permanecem atentos ao avançar da colheita nos EUA, do plantio no Brasil, ao passo em que também monitora a demanda. Apesar da China estar comemorando um de seus principais feriados nesta semana – o da Golden Week – o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já anunciou duas novas vendas de soja à nação asiática.

Ainda assim, está também no front um atraso das vendas norte-americanas para exportação, bem como uma maior competitividade do Brasil com a alta do dólar frente ao real nos últimos dias.

Fonte: Notícias Agrícolas

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