Os preços da soja foram intensificando seus ganhos na Bolsa de Chicago e terminou o dia subindo entre 12 e 17 pontos nos principais contratos na sessão desta quinta-feira (2), retomando o patamar dos US$ 15,00 por bushel. O contrato maio terminou os negócios com US$ 15,09 e o julho, US$ 14,98 por bushel.

Na análise da Agrinvest Commodities, os fundamentos permanecem dando espaço à recuperação dos preços, em especial depois da despencada da sessão anterior. “A oferta continua apertada. O clima na Argentina continua quente e seco e a colheita no Brasil segue atrasada, além dos estoques na China ainda estarem apertados. Os estoques chineses estão caindo com o atraso do Brasil. Os basis da soja CFR China (custo e frete) estão subindo, piorando as margens. E as vendas de farelo estão fracas”.

Ainda como explica a consultoria, os estoques apresentaram queda de cerca de dois milhões de toneladas em três semanas.

De outro lado, há ainda o comportamento dos fundos, que seguem com posições compradas recordes na soja e no farelo, o que também tem sido vetor importante de direção dos preços. Nesta quinta, os futuros do derivado voltaram a subir, ajudando no movimento do grão e também refletindo seu quadro fundamental.

“A situação do farelo continua complicada. O processamento na Argentina caiu em janeiro para o menor nível desde 2015. Está faltando farelo no físico, o que mantém o viés de alta para os futuros na CBOT (…) E o mercado já passa a falar de em produção de soja sub 30 milhões de toneladas e de milho, sub 40 milhões”, complementa a Agrinvest.

A lentidão do avanço da safra brasileira também segue muito presente no mercado. “O programa brasileiro de soja está atrasado. O Brasil embarcou 6,1 milhões de toneladas até o final de fevereiro contra quase 9 milhões em 2022, neste mesmo período”, explicaram os analistas da Agrinvest.

Complementando o quadro positivo, os futuros do óleo de soja também subiram e terminaram a sessão desta quinta com ganhos de mais de 1%. “Os derivados de soja continuam dando suporte às boas margens de esmagamento”, afirma a consultoria.

MERCADO BRASILEIRO

No mercado brasileiro, o foco continua sendo o esgotamento logístico. A grande safra que é colhida no país, mesmo com atraso, traz preocupações e mantém uma pressão considerável sobre os indicativos.

“Daqui em diante, nas próximas semanas, nós teremos concentração de colheita. Então, é muita soja chegando do Paraná para cima e o pessoal não sabe onde vai colocar”, explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

No entanto, com as boas altas da soja registradas na Bolsa de Chicago, os indicativos registraram alguma melhora, testando até R$ 173,00 por saca, também acompanhando altas no dólar frente ao real. Por outro lado, os prêmios seguem pressionados e permanecem negativos até maio, com até 30 cents de dólar sobre Chicago sendo visto já na posição julho.

Fonte: Notícias Agrícolas