O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou a venda de 504 mil toneladas de soja nesta terça-feira (6). Do total, 264 mil foram para a China e 240 mil para destinos não revelados. O volume é todo da safra 2022/23.

Todas as vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino, com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento americano. E este é o segundo anúncio da semana, tendo sido anunciada a venda ontem de 130 mil toneladas para a nação asiática.

Nos últimos sete dias, segundo a apuração da Agrinvest Commodities, os anúncios de vendas pelo USDA de soja dos EUA chegam a perto de 800 mil toneladas e boa parte disso teve a China como principal destino.

“A baixa disponibilidade de soja na China e, por consequência, os baixos estoques de farelo deixam a margem do esmagador local positiva no mercado disponível. As vendas de farelo nomercado interno chinês continuam robustas, mantendo o nível de estoques baixos. E esses fatores levaram a China às compras”, explica a equipe da Agrinvest.

Estas boas compras, inclusive, ajudaram no movimento de alta dos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago nesta terça-feira, com a oleaginosa testando ganhos de quase 30 pontos nos principais vencimentos.

Assim, perto de 13h55 (horário de Brasília), o contrato maio – referência para a safra brasileira – tinha US$ 14,79 e o julho, US$ 14,83 por bushel na CBOT.

CLIMA NA ARGENTINA X FARELO DE SOJA

Além da boa demanda para exportação nos EUA, a alta de mais de 4% do farelo de soja em Chicago por conta do clima muito adverso na Argentina também contribui. Afinal, o país é o maior exportador global não só de farelo, mas também de óleo de soja.

O cenário climático da Argentina segue preocupando, vai se agravando e tirando, a cada dia, uma fatia grande do potencial produtivo das safras do país. Para a soja, de acordo com os especialistas, há regiões sofrendo com perdas de até uma tonelada por hectare, com espaço para que fiquem ainda mais severas. Afinal, os modelos meteorológicos sinalizam que, nos próximos 10 dias, áreas de produção no país poderão ser as mais quentes do planeta, reflexo do terceiro ano de La Niña, segundo um estudo desenvolvido pela Instituto Climático da Univesidade do Maine, nos Estados Unidos.

As temperaturas em dezembro deverão ser muito elevadas, podendo superar os 45ºC em alguns pontos da Argentina, superando largamente as médias para dezembro. As projeções são de que o plantio tanto da soja, como do milho, seguirão bastante atrasados.

Fonte: Notícias Agrícolas