O mercado da soja fechou no vermelho na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa até começaram o dia em campo positivo, mas voltaram a recuar e finalizaram o pregão desta segunda-feira (8) com perdas de 2,75 a 8,25 pontos nos contratos mais negociados, com o julho sendo cotado a US$ 14,33 e o agosto com US$ 13,65 por bushel. Os derivados, que também subiam, concluiram o dia também em queda, com o óleo perdendo mais de 1%.

Para o produtor brasileiro, porém, o respiro veio do dólar neste início de semana, com a moeda americana subindo mais de 1% frente à brasileira, voltando aos R$ 5,00. Além disso, uma ligeira recuperação dos prêmios – apesar de estarem ainda negativos – também auxiliam na formação de preços melhores no mercado nacional.

No entanto, como sinalizou o analista de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o sojicultor tem que seguir atento às suas estratégias, lembrando que quem segurar para efetivar mais vendas depois de setembro, a pressão pode ser ainda maior, com os futuros registrando patamares ainda mais baixos na CBOT, já refletindo a safra regular que vem sendo esperada para os EUA.

E no Brasil, há ainda cerca de 80 milhões de toneladas de soja ainda a serem comercializadas, uma vez que as vendas antecipadas caminharam muito lentamente nesta temporada, com muito produto sendo carregado para o segundo semestre.

Assim, mesmo com muita cautela ainda no mercado, “nesta nova semana o mercado da soja abe os negócios com fôlego positivo. O produtor que conseguir passar estes 30, 40 dias (para a soja disponível), que ainda é de mercado mais pressionado no balcão, pode conseguir um pouco mais. Parece que o balcão bateu no fundo do poço e começou a melhorar. Mas, ainda não está um pouco distante daqueles números que o produtor gostaria. São os primeiros sinais de que os piores momentos já passaram”, diz.

Dessa forma, ainda como explica Brandalizze, “se abre uma nova semana com fôlego e que pode ser positivo”.

No mercado físico, os ganhos entre as principais praças de comercialização chegaram a bater em até 1,69%, como foi o caso de São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, que fechou o dia a R$ 120,00 por saca. Nos portos, os indicativos seguem atuando entre R$ 140,00 e R$ 143,00 por saca.

Bolsa de Chicago

Na CBOT, a pressão segue ainda chegando dos fundamentos da robusta safra brasileira e monitorando o bom desenvolvimento do plantio nos EUA e as condições favoráveis de clima no Corn Belt para os trabalhos de campo. Os novos números do USDA sobre o plantio americano chegam nesta segunda e o clima tem sido bastante favorável para os trabalhos de campo.

O mercado se ajusta antes da chegada do novo – e importante – relatório mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que acontece na sexta-feira, dia 12 de maio. E os traders precisam, de fato, de novas notícias para uma melhor direção.

O boletim de maio é um reporte bastante esperado pelo mercado, em especial por chegar com as primeiras projeções da safra 2023/24 não só dos EUA, mas para o mundo todo. “Semana do USDA e o clima americano”, resumiu Brandalizze.

Fonte: Notícias Agrícolas