Os futuros da soja seguem trabalhando com estabilidade nesta quarta-feira (28) na Bolsa de Chicago, com altas de pouco mais de 1 ponto nos principais vencimentos. Assim, perto de 14h40 (horário de Brasília), o novembro tinha US$ 14,09 e o março, US$ 14,21 por bushel. Ainda no complexo, cediam os futuros do óleo – quase 1% – e do farelo de soja, que perdia quase 0,5% na trade hoje.

Mais cedo, o mercado do grão chegou a operar com baixas de dois dígitos na CBOT, ainda sentindo a pressão de uma combinação do financeiro e de fundamentos neste momento. O dia, apesar das oscilações bastante tímidas, tem sido de muita volatilidade.

“Os traders esperam novas notícias para terem uma visão mais clara sobre o mercado, mas ainda muito divididos entre fundamentos altistas e baixistas, consequentemente, enfrentando um mercado volátil”, afirma Ginaldo Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro.

Os futuros da oleaginosa seguem focados nos fundamentos – colheita americana, plantio brasileiro e comportamento da demanda – enquanto também sente os impactos da macroneconomia e do comportamento das demais commodities.

“Para o Brasil, o modelo GFS gerado nesta manhã (28) indica clima seco o MATOPIBA, norte de MG e de GO, leste do MT, grande parte do PR e do RS, SC. Leves acumulados são previstos para o MT, norte do PR, pontual no oeste do RS, GO, MG, SP, nordeste do MS. Acumulados moderados a fortes no sudoeste do MT, noroeste e sul do MS, sudeste do MS”, complementa Sousa.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quarta, Francisco de Assis Diniz, meteorologista e consultor em clima, afirmou que o acumulado previsto de chuvas para os próximos sete dias indica volumes consideráveis para grande parte do Brasil, com a umidade inclusive chegando à região do MATOPIBA, que vinha sofrendo com dias mais secos.

Mais do que isso, Assis afirma que as chuvas em Mato Grosso – maior estado produtor de soja do país – deverão ter sua distribuição mais regular nas próximas semanas, depois de um começo de temporada com precipitações mais irregulares.

E nesta terça-feira (27) já foram registradas algumas chuvas no sul e oeste mato-grossenses, mesmo que ainda esparsas. Santa Catarina, sul do Paraná, centro e leste de São Paulo, sul de Minas Gerais e sul do Goiás também receberam alguns volumes, ainda de acordo com apuração da Labhoro.

Nesta semana, o mercado aguarda também pelos dados dos estoques trimestrais de grãos que serão divulgados na sexta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

“O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos deve estimar na sexta-feira que os estoques domésticos de soja em 1º de setembro deste ano eram menores do que os verificados um ano antes. De acordo com a média das estimativas de analistas, o relatório trimestral de estoques do USDA deve mostrar que as reservas de soja no começo de setembro somavam 247 milhões de bushels (6,72 milhões de toneladas), volume inferior ao de 1º de setembro de 2021, de 257 milhões de bushels (7,00
milhões de toneladas)”, afirma o diretor do grupo.

Fonte: Notícias Agrícolas