Os contratos mais negociados da soja sobem quase 30 pontos na Bolsa de Chicago no pregão desta quinta-feira (4), depois de terem iniciado o dia operando com estabilidade e após três sessões consecutivas de baixas fortes somente nesta semana. Assim, perto de 11h30 (horário de Brasília), o novembro tinha alta de 28 pontos para voltar aos US$ 13,97, enquanto os contratos janeiro e março já superavam novamente os US$ 14,00 por bushel.

O combustível para o bom avanço do grão vem de altas fortes que se apresentam também para o farelo de soja na CBOT nesta quinta. No final da manhã de hoje, o contrato dezembro – que é o mais negociado agora para o derivado – tinha ganho de 4,2% para ser cotado a US$ 414,80 por tonelada curta. As demais posições também sobem mais de 3%, de olho em fundamentos bastante fortes.

“Os produtores na Argentina continuam segurando o grão. O novo superministro da Economia não anunciou mudanças nas retenciones, o que vinha sendo esperado pelos produtores”, explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.

Além da Argentina, atenção também às ineficiências logísticas nos EUA. Ainda de acordo com Vanin, faltam vagões no país, o abastecimento está comprometido e o momento é também estímulo ao avanço das cotações do derivado, especialmente em Chicago.

Clima nos EUA

Além da nova disparada do farelo, o modelo climático norte-americano – GFS – voltou a mostrar menos chuvas para o Corn Belt, em especial nas porções mais a norte e oeste do cinturão, além de mais calor, o que também vem dando espaço para as altas da soja grão.

“O mercado está precificando reduções de produtividade no relatório de oferta e demanda do USDA de agosto, na semana que vem. Se o clima continuar quente e seco para a segunda quinzena de agosto, o USDA também terá que cortar a produtividade em setembro”, afirma ainda a Agrinvest.

“A volatilidade que vemos hoje está sendo atribuída às “tendências” de seca para as regiões produtoras dos EUA, já que este mês é decisivo para a produtividade das commodities, pois as plantas estão atingindo a maturidade”, afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

E ele volta a afirmar da necessidade de se monitorar a divergência entre os modelos climáticos.

“Os modelos GFS e Europeu continuam conflitando nas suas previsões. O GFS prevê clima seco para todas as planícies oeste, Minnesota, grande parte de Wisconsin, Michigan, Iowa, centro e norte de Illinois, norte do Missouri, grande parte do Arkansas e da Louisiana.
Entretanto, o modelo Europeu entra em conflito indicando chuvas leves para o sudeste da Dakota do Sul, sul de Minnesota, norte de Iowa e todo o estado de Wisconsin”, diz Sousa.

Fonte: Notícias Agrícolas