Virada do mês tem menor oferta de animais disponíveis para abate, de acordo com lideranças do setor

As bolsas de negociação para a suinocultura independente realizadas nesta quinta-feira (2) registraram altas nos preços. A exceção ficou por conta de São Paulo, onde não houve acordo entre frigoríficos e suinocultores para exercer um reajuste positivo nos valores do animal terminado. Segundo as lideranças da área, é justamente a menor oferta de animais na terminação que tem puxado os preços para cima.

Em São Paulo, não houve acordo entre suinocultores e frigoríficos, com o preço solicitado pelos criadores em R$ 8,00/kg, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). O valor praticado na semana anterior, quando houve acordo, era de R$ 7,09/kg vivo. Apesar disso, ao longo da tarde desta quinta foram relatados negócios no Estado no patamar de R$ 7,73/kg vivo.

“O pedido dos suinocultores foi de R$ 8,00 o quilo vivo, motivado pela redução do peso dos animais nas granjas, com a coleta de informações sinalizando até 10kg a menos, além da diminuição da oferta de animais vivos tanto no mercado paulista quanto no mercado do Sul do país. Entendemos que os preços de carcaça sinalizados para a próxima semana dariam condições aos frigoríficos de pagarem o valor de R$ 8,00/kg vivo aos suinocultores, entretanto, não houve acordo”, disse Valdomiro Ferreira, presidente da APCS.

No mercado mineiro, o valor subiu, passando de R$ 7,20/kg vivo para R$ 7,80/kg vivo, com acordo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

“O mercado entrou o mês de fevereiro tão sustentado quanto o mês anterior. A escassez de animais prontos para abate dentro das granjas se acentuou. O mês de janeiro fechou com a menor idade média dos cevados desde janeiro de 2017 quando começou a plataforma. A disponibilidade de cevados para a venda imediata, na mesma plataforma, é a menor desde finais de 2019, quando o início da aceleração das exportações de carne suína pressionava o baixo estoque de animais”apontou o consultor de mercado da entidade, Alvimar Jalles.

Jalles ainda complementa, explicando que “o mercado atual está em uma fase eufórica, uma classificação acima do firme. Importante mantermos liquidez e fluência das vendas, sustentando a escassez, que foi o que nos trouxe até aqui”.

Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve aumento saindo de R$ 6,46/kg vivo para R$ 6,80/kg nesta semana.

“O preço tem melhorado, está puxando um pouquinho, trazendo certo fôlego para o suinocultor. Entretanto o que ainda aflige são os custos de produção, e nos questionamos quando é que este fator vai fazer o caminho inverso e ceder um pouco”, disse o presidente da entidade, Losivanio de Lorenzi.

No estado do Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 26/01/2023 a 01/02/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 6,42%, fechando a semana em R$ 6,41/kg vivo.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,43/kg vivo”, informa o reporte do Lapesui.

Fonte: Notícias Agrícolas