Excedente de produção ainda é desafio para o setor, que sente a pressão de baixa nos preços ao mesmo tempo em que os custos de produção sobem

O início de cada mês, com a entrada da massa salarial, costuma dar fôlego para as vendas das proteínas animais de maneira geral, refletindo em preços melhores pagos ao suinocultor, mas não é o que se vê neste início de fevereiro. De acordo com lideranças do setor, ainda há um excedente de produção que dificulta a curva ascendente dos valores.

No mercado mineiro, houve aumento, saindo de R$ 5,20/kg vivo para R$ 5,40/kg, de acordo com informações da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o encerramento do mês de janeiro retirou os compradores da sua inércia e eles vieram para o mercado como era de se esperar com o início de fevereiro.

“A presença mais ativa dos compradores deu mais dinamismo às vendas o que encerra o viés de baixa que existia até então. Alinhado com os fundamentos psicológicos de mercado que são poderosos entramos em nova tendência”, disse Alvimar Jalles, consultor de mercado da entidade.

De acordo com informações da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), a Bolsa de Suínos, conforme apontam os criadores, tem fundamentos para uma pequena alta, motivada pela melhora nas vendas, tanto por parte dos criadores quanto pelos frigoríficos, além da redução do peso dos animais nas granjas. Diante disso, os produtores solicitaram o valor de R$ 105,00 a arroba (R$ 5,69/kg), o que não foi aceito pelos frigoríficos. O valor de referência na semana anterior era de R$ 5,33/kg.

Santa Catarina registrou mais uma queda, saindo de R$ 4,81/kg vivo para R$ 4,76/kg, de acordo com dados da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS). Losivanio de Lorenzi, presidente da instituição, afirma que “não está se conseguindo manter os preços, e a situação ficando cada vez mais preocupante, com preço pago ao produtor e custos de produção indo em direção contrária. É um desarranjo de produção muito grande, as indústrias e cooperativas cresceram demais e agora todos os produtores pagam a conta”.

No estado do Paraná, Considerando a média semanal (entre os dias 27/01/2022 a 02/02/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 5,62%, fechando a semana em R$ 4,41/kg.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 4,38/kg”, informou o reporte do Lapesui.

Fonte: Notícias Agrícolas