Com exceção de leve alta no PR, outros Estados mostraram recuos, e lideranças apontam o excesso de oferta em relação à demanda como motivo

As principais praças que comercializam suínos de forma independente, e que realizaram a Bolsa de Suínos nesta quinta-feira (20), registraram preços em queda para o animal vivo. A exceção foi o Paraná, que fechou a semana com leve alta. Lideranças do setor destacam uma oferta mais elevada do que a demanda, mesmo que as exportações tenham mostrado bom ritmo.

Em São Paulo, o preço caiu, saindo de R$ 7,00/kg vivo para R$ 6,83/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), com acordo entre suinocultores e frigoríficos. O presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, explica que o mercado reagiu negativamente para o produtor. Negócios que foram determinados na semana passada a R$ 135,00 a arroba, a partir desta semana, o setor começou a andar de lado e os suinocultores paulistas começaram a ser pressionados negativamente, chegando agora a R$ 128,00 o valor da arroba na Bolsa de Suínos, segundo Ferreira.

“O mercado deve seguir pressionado nos próximos dias em função da disputa entre carcaças do animal abatido no atacado e varejo. Isso ocorre porque há uma briga de preços e, paralelo a isso, segundo os frigoríficos, há um estoque grande nas agroindústrias, tanto em carcaça quanto em cortes. Isso faz com que os frigoríficos sofram defasagem nos preços no spot e também uma diminuição nos valores dos seus estoques. A curto prazo, devemos ter o mercado pressionado, e talvez a partir dos primeiros dias de agosto, haja uma normalidade nos preços novamente”, afirmou a liderança.

No mercado mineiro houve queda, passando de R$ 7,00/kg para R$ 6,50/kg vivo, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), após acordo entre suinocultores e frigoríficos.

“O mercado historicamente cede na segunda quinzena de julho. Férias de julho e esvaziamento dos grandes centros já mostrou suas consequências outras vezes. Não foi diferente agora. Somando às demais carnes concorrentes, também mais fracas, o suíno vivo cedeu de acordo com o ambiente do mercado atual”, disse o consultor de mercado da Associação, Alvimar Jalles.

Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve baixa, saindo de R$ 6,38/kg vivo para R$ 6,15/kg vivo nesta semana.

“Mais uma vez preço em queda, o que é preocupante. Deu umas duas ou três altas, e agora voltou a cair o preço, ele não se sustenta. Há muita produção que não corresponde ao consumo, e enquanto essa produção não baixar, as coisas não vão melhorar, ainda que as exportações estejam fortes”, destacou o presidente da entidade, Losivanio de Lorenzi.

No estado do Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 13/07/2023 a 19/07/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 1,62%, fechando a semana em R$ 6,05/kg vivo.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,23/kg vivo”, informa o reporte do Lapesui.

Fonte: Notícias Agrícolas