Disputa nos preços da carcaça e do animal vivo no atacado e no varejo, além da concorrência com as demais carnes pressionaram valores

Os preços na suinocultura independente tiveram queda nas principais praças que comercializam o animal nesta modalidade. De acordo com lideranças, se olha para a virada da quinzena, com o consumo menos aquecido, mas, sobretudo, para a concorrência perante às demais carnes.

Em São Paulo, o preço ficou definido nesta quinta-feira (24) em R$ 6,13/kg vivo, após uma semana em que os preços haviam ficado em aberto devido a falta de consenso entre suinocultores e frigoríficos, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).

“O motivo desta nova referência é em função da carne bovina que teve preços em queda no Estado de São Paulo nesta semana. Isso atinge diretamente as outras carnes, inclusive a suína. Outra questão é o período de final de mês que acaba inibindo o consumo. Mais um ponto importante é que se verifica por parte dos frigoríficos uma disputa extremamente acirrada entre o preço do suíno abatido no mercado atacadista e varejista. Isso demonstra que o mercado teve nesta semana um mercado disputado tanto no vivo quanto no abatido. Vamos esperar a entrada do mês de setembro para termos uma conclusão mais assertiva sobre o mercado paulista e brasileiro”, disse o presidente da entidade, Valdomiro Ferreira.

No mercado mineiro, houve queda de R$ 6,50/kg vivo para R$ 6,30/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

“O mercado mineiro fez acordo em um dos preços praticados na semana passada que foi R$ 6,30. Considerando a concorrência com as outras carnes e com a própria carcaça suína, além o tumulto da semana passada com a Bolsa em aberto, o acordo traz um direcionamento e mais conforto nas negociações de animais vivos para produtores e frigoríficos”, disse o consultor de mercado da Associação, Alvimar Jalles.

Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve queda, saindo de R$ 6,12/kg vivo para R$ 5,70/kg vivo nesta semana.

“Estamos com aquela síndrome de que nas duas primeiras semanas do mês sobe o preço, e depois nas duas últimas caem. É difícil entender o mercado, porque vemos boas notícias, de que está exportando bons volumes, produzindo, mas o produtor independente está cada vez mais à míngua”, destacou o presidente da entidade, Losivanio de Lorenzi.

No estado do Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 17/08/2023 a 23/08/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 4,10%, fechando a semana em R$ 5,82/kg vivo.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 6,03/kg vivo”, informa o reporte do Lapesui.

Fonte: Notícias Agrícolas