Lideranças apontam especulações de mercado e o ciclo atual, com retração na compra por parte dos frigoríficos

Ainda faltando uma semana para a virada do mês, a suinocultura independente sofre com os efeitos do menor ímpeto de compras por parte de frigoríficos e especulações, conforme informaram lideranças do setor nesta quinta-feira (23), quando foram realizadas as principais bolsas de comercialização de animais no país.

Em São Paulo o mercado, que na semana passada não teve comercialização por falta de consenso entre suinocultores e frigoríficos, nesta quinta-feira (23) teve acordo de R$ 7,20/kg vivo, segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).

“Apesar de na última quinta-feira não ter havido comercialização, no início desta semana, nós divulgamos preços de comercialização a partir de R$ 7,65/kg vivo, isso significa uma queda no mercado paulista. Essa redução se dá devido a uma disputa grande nos mercados atacadista e varejista pela carcaça do animal abatido, e o que nos causa surpresa é que os preços entre o mínimo e o máximo do abatido atingiram R$ 1,40, demonstrando que quando os valores mínimo e máximo têm uma curva muito heterogênea, demonstra que o mercado está muito especulado”, disse o presidente da entidade, Valdomiro Ferreira.

No mercado mineiro, houve recuo, saindo de R$ 7,30/kg vivo na semana passada para R$ 6,80/kg vivo, com acordo entre suinocultores e frigoríficos, segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg).

“Ainda não houve alteração do conhecido movimento do ciclo de baixa: a posição de oferta para a venda do produtor associado à retração das compras dos frigoríficos. Os movimentos costumam ser sincronizados o que amplia a queda. A mesma sincronia acontece quando os movimentos forem invertidos trazendo a alta com muita rapidez”, apontou o consultor de mercado da entidade, Alvimar Jalles.

Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve queda, saindo de R$ 7,15/kg vivo para R$ 6,87/kg vivo vivo nesta semana.

“Cada dia pior, e desta vez tivemos queda de R$ 0,28. Vimos que as demais bolsas de suínos também baixaram e o cenário vai ficando desesperador”, disse o presidente da entidade, Losivanio de Lorenzi.

No estado do Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 16/03/2023 a 22/03/2023), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve queda de 1,12%, fechando a semana em R$ 6,82/kg vivo.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente queda, podendo ser cotado a R$ 6,81/kg vivo”, informa o reporte do Lapesui.

Fonte: Notícias Agrícolas com adaptações Suino.com