No período de 90 dias, o produtor não pode ter nenhuma planta viva de soja na lavoura como ação de combate da ferrugem asiática

O período de vazio sanitário da soja começou na última quinta-feira (15) para os produtores de Mato Grosso, que até o dia 15 de setembro, não podem ter nenhuma planta viva da oleaginosa nas áreas de plantio para viabilizar a próxima safra.

A ação é uma medida de defesa agrícola para garantir o controle do fungo causador da ferrugem asiática, uma das pragas que mais impactam o cultivo do grão.
Em nota, o vice-coordenador da Comissão de Defesa Agrícola da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Jorge Giacomelli, classificou o período de 90 dias como “sagrado” para o sucesso da sojacultura.

“O vazio sanitário é uma ferramenta extremamente importante de controle fitossanitário, principalmente da ferrugem asiática, que é a doença que mais nos causa prejuízo na produção. Todos os produtores devem aderir ao vazio sanitário, pensando na viabilização da próxima implantação da cultura da soja”, destaca Giacomelli.

A Associação alerta que, se o vazio sanitário não for respeitado, pode surgir a chamada soja guaxa – uma ponte verde para patógenos -, que aparecem, por exemplo, nas margens de rodovias a partir dos grãos que caem no transporte.

O vice-coordenador reforça que os órgãos responsáveis pelas rodovias devem adotar medidas para prevenir a soja guaxa.

Como enfrentar a ferrugem da soja?

Para tentar frear o fungo causador da ferrugem asiática, algumas estratégias de manejo funcionam como defesa agrícola. A ausência da semeadura, a eliminação de plantas voluntárias na entressafra que compõe o vazio sanitário ajudam a reduzir o inóculo do fungo, informa a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Outras estratégias que o produtor pode adotar é a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeaduras no início da época recomendada para escapar da doença, além da utilização de fungicidas no manejo do plantio.

A ferrugem foi encontrada no Brasil pela primeira vez em 2001 e, desde então, é uma das doenças mais potentes que deixa a folha da planta amarelada, aspecto causado pelo surgimento de pontos extremamente pequenos e danosos à saúde da soja.

Segundo o Consórcio Antiferrugem, a praga é considerada a mais severa da cultura, podendo causar perdas de até 90% de produtividade se não controlada.

Fonte: Globo Rural com adaptações Suino.com