Oswaldo Lucon acompanha de perto o avanço da temperatura global há 25 anos. Desde a década de 1990, ele participa de estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão vinculado à ONU; em 2001, foi um dos fundadores do fórum brasileiro dedicado ao tema e, no mês passado, assumiu sua coordenação.

Liderar o comitê, composto por 131 membros do governo e da sociedade civil, é uma tarefa delicada. Seu antecessor, Alfredo Sirkis , denunciou a suposta falta de interesse do Ministério do Meio Ambiente em discutir os trabalhos do fórum. O titular da pasta, Ricardo Salles, cortou de seu organograma a Secretaria de Mudança do Clima e, depois, deu uma tesourada em 95% do orçamento destinado à área.

Em entrevista ao GLOBO, Lucon avalia que o governo federal deve se aproximar das negociações da Conferência do Clima e ressalta que priorizar a poluição das cidades — a agenda urbana, como define o ministério —, deixando o campo em segundo lugar, não livrará o país dos efeitos do aquecimento global.

Quais as funções do fórum?

É um espaço que fornece documentos e materiais que podem sugerir ao governo estratégias para enfrentar as mudanças climáticas. Por exemplo, ajudá-lo a estabelecer que metas o país pretende adotar para reduzir suas emissões de gases estufa, assim como propor ações para setores específicos, como o melhor uso de pastagens pela agropecuária. O fórum dá uma ideia dos custos e da eficácia de cada iniciativa.

Veja entrevista completa.

Fonte: O Globo