O dólar à vista emplacou nesta terça-feira a terceira sessão consecutiva de perdas ante o real e encerrou abaixo dos 5 reais, na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana subia ante divisas fortes, com profissionais do mercado citando um fluxo positivo de divisas para o Brasil e a expectativa por novos estímulos econômicos na China.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9936 reais na venda, em queda de 0,45%. Foi a primeira vez que a moeda encerrou o dia abaixo dos 5 reais desde 25 de setembro deste ano, quando foi cotada a 4,9669 reais. No acumulado das últimas três sessões, a divisa dos EUA recuou 1,20%.

Na B3, às 17:39 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,43%, a 4,9990 reais.

No início da sessão, o dólar oscilou brevemente no território positivo no Brasil, tendo marcado a cotação máxima da sessão, de 5,0313 reais (+0,30%), às 9h06. O movimento estava em sintonia com o avanço da divisa no exterior, em meio à expectativa antes da divulgação de novos dados da economia norte-americana, nesta semana, e pela decisão de política monetária do Federal Reserve, na próxima semana.

Mas rapidamente o dólar migrou para o negativo no Brasil. Alguns agentes do mercado citaram um fluxo positivo de divisas para o país, por parte de exportadores, para justificar o recuo da moeda norte-americana. Além disso, havia a influência do noticiário vindo da China, conforme dois profissionais ouvidos pela Reuters.

O fundo estatal chinês Central Huijin Investment disse na segunda-feira que comprou fundos negociados em bolsa (ETFs) e que continuará a elevar as participações em ETFs no futuro.

Além disso, os contratos futuros de minério de ferro subiram mais de 3% nesta terça-feira, com Pequim preparando uma emissão adicional de dívida soberana como parte dos esforços para estimular o crescimento econômico. A expectativa é de que a China aprove pouco mais de 1 trilhão de iuanes (137 bilhões de dólares) em emissão adicional de dívida.

Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 4,9898 reais (-0,53%) às 11h51. Perto do fechamento, às 16h54, a mesma cotação mínima foi verificada.

“Experimentamos recentemente um dólar perto dos 5,20 reais, mas as cotações voltaram. Este retorno se deve muito ao fluxo vindo de ‘baleias’(grandes players) que têm moeda para internalizar”, comentou Luís Guilherme, head de câmbio da Nova Futura Investimentos, ao justificar o recuo recente da divisa norte-americana.

“Se não fosse esta questão, se fosse puramente pelos juros nos EUA, teríamos um dólar mais elevado”, acrescentou o profissional.

A terça-feira, porém, foi marcada também por certa acomodação dos rendimentos dos Treasuries, com os yields do título de 10 anos registrando baixa no fim da tarde — o que era desfavorável ao dólar ante outras divisas.

O dólar à vista testou na segunda-feira e nesta terça, em diferentes momentos, patamares abaixo dos 5 reais, mas fatores técnicos posteriormente reconduziam a moeda para acima deste nível. No fim da sessão desta terça, porém, o dólar foi cotado abaixo dos 5 reais, algo que não era visto no fechamento desde o mês passado.

Isso ocorreu a despeito de, no exterior, o dólar index — que mede o desempenho da divisa dos EUA ante outras moedas fortes — se manter em alta durante a tarde, com o euro sendo penalizado após o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar da zona do euro, compilado pela S&P Global, cair para 46,5 em outubro, ante 47,2 em setembro. O indicador atingiu o nível mais baixo desde novembro de 2020.

Às 17:39 (de Brasília), o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,63%, a 106,260.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de dezembro.

Fonte: Reuters

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