Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) -O dólar à vista fechou a quarta-feira em leve alta ante o real, numa sessão marcada pela expectativa em torno da ata do último encontro do Federal Reserve, que no fim da tarde revelou preocupações entre seus membros com a possibilidade de os cortes juros ocorrerem muito cedo nos EUA.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9385 reais na venda, em alta de 0,13%. Com o movimento desta quarta-feira, a moeda norte-americana passou a indicar estabilidade no acumulado de fevereiro.

Na B3, às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,31%, a 4,9440 reais.

A sessão foi marcada pela expectativa, tanto no Brasil quanto no exterior, pela divulgação da ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve, durante a tarde. Até a publicação do documento, o dólar à vista oscilou em margens estreitas ante o real, muito próximo da estabilidade, na ausência de indicadores e notícias que fizessem preço.

Na cotação mínima da sessão, às 10h18, o dólar à vista marcou 4,9196 reais (-0,25%).

A moeda se mantinha engessada enquanto investidores aguardavam por pistas, na ata, sobre os próximos passos do Fed na política monetária.

Durante a tarde, porém, antes que o documento fosse divulgado, o dólar ganhou força ante várias divisas globais, incluindo o real, com investidores adotando posições defensivas na moeda norte-americana para esperar as informações do Fed.

Às 16h02, pouco após a divulgação da ata, o dólar à vista marcou a máxima de 4,9475 reais (+0,32%), para depois perder parte do fôlego, mas ainda assim se manter no território positivo.

Operador ouvido pela Reuters pontuou que investidores “colocaram no preço antes” a divulgação da ata e, com isso, a moeda norte-americana “foi e ficou” no território positivo. Como de costume, é de se esperar que ajustes de preços ocorram na quinta-feira, quando o mercado terá digerido melhor as mensagens da ata.

No documento, o Fed informou que a maior parte dos membros votantes estava preocupada, na última reunião do banco central norte-americano, com os riscos de cortar a taxa básica de juros cedo demais, com ampla incerteza sobre por quanto tempo os custos dos empréstimos deveriam permanecer no patamar atual.

“Os participantes destacaram a incerteza associada ao tempo que uma postura de política monetária restritiva precisaria ser mantida” para que a inflação voltasse à meta de 2% do Fed, disse a ata.

No Brasil, o noticiário econômico seguiu esvaziado. Pela manhã o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, para discutir a questão da reoneração da folha de pagamentos de setores da economia. Após o encontro Haddad não falou com a imprensa.

No exterior, depois de ter sustentado ganhos ante uma cesta de moedas fortes, o dólar oscilava perto da estabilidade no fim da tarde.

Às 17:22 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,01%, a 104,030.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril.

Durante a tarde, a Reuters informou que o governo brasileiro anunciará na segunda-feira um plano de soluções para proteção cambial em investimentos de desenvolvimento sustentável, com foco em evitar a exposição do Tesouro à variação da moeda e controlar seus riscos fiscais, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto.

Entre as medidas, o governo pretende autorizar o BC a rolar sua carteira de swaps de 100 bilhões de dólares em prazos mais longos, buscando aumentar a liquidez desse mercado e reduzir a volatilidade cambial.

(Edição de Alexandre Caverni)

Fonte: Reuters

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