O dólar à vista fechou a quinta-feira em leve queda no Brasil, voltando para abaixo dos 5 reais, em um dia marcado pelo recuo firme das taxas dos títulos norte-americanos no exterior, após a divulgação de novos dados econômicos dos Estados Unidos.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9912 reais na venda, em baixa de 0,21%. Em outubro, a divisa dos EUA acumula baixa de 0,72%.

Na B3, às 17:24 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,17%, a 4,9900 reais.

A moeda norte-americana oscilou em margens bastante estreitas no Brasil, com as cotações refletindo principalmente o cenário internacional.

Às 9h30, o Departamento de Comércio dos EUA informou, em estimativa preliminar, que o Produto Interno Bruto do país cresceu a uma taxa anualizada de 4,9% no terceiro trimestre, maior alta desde o quarto trimestre de 2021. Economistas consultados pela Reuters projetaram mediana de crescimento para o PIB de 4,3% (estimativas entre 2,5% e 6,0%).

Os números do PIB deram algum suporte ao dólar ante outras divisas, mas outros dados norte-americanos arrefeceram o movimento. O núcleo do índice de preços PCE — que tem movimentado os ativos nas divulgações mais recentes — subiu 2,4% no terceiro trimestre, ante expectativa de alta de 2,5%. O índice cheio do PCE avançou 2,9%.

No mercado de Treasuries, os números do PCE ofuscaram os do PIB e fizeram os yields recuar de forma firme, com reflexos no mercado brasileiro de juros. Esta queda dos rendimentos dos Treasuries abriu espaço para a baixa — ainda que limitada — do dólar ante o real.

“O (rendimento do) Treasury ficou tranquilo, e este é o fator que tem mexido mais nos mercados. Isso acabou dando tranquilidade (ao mercado de câmbio) aqui também”, comentou Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.

Neste cenário, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 4,9886 reais (-0,26%) às 9h53, já após os números do PIB e do PCE. Na máxima, às 11h15, a moeda foi cotada a 5,0206 reais (+0,38%). Apesar da alta ante o real em alguns momentos da sessão, a divisa migrou definitivamente para o negativo durante a tarde.

“O câmbio teve sessão volátil e o real não saiu do lugar, sentindo a perspectiva de piora no carrego local, com o dólar fechando levemente abaixo dos 5 reais”, resumiu Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, em comentário enviado a clientes.

O recuo do dólar ante o real ocorreu em sintonia com a baixa da moeda norte-americana ante outras divisas de emergentes no exterior, como o peso colombiano < COPUSD=R> e o peso mexicano. No entanto, o dólar index — que compara a divisa dos EUA com outras moedas fortes — sustentava leve alta no fim da tarde. Às 17:24 (de Brasília), o índice do dólar subia 0,05%, a 106,600.

Pela manhã, o BC vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de dezembro.

Também pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 avançou 0,21% neste mês, arrefecendo ante a alta de 0,35% vista em setembro e ficando praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de alta de 0,20%.

À tarde, o BC informou que o Brasil registrou fluxo cambial total positivo de 3,375 bilhões de dólares em outubro até o dia 20. Pelo canal financeiro, houve entradas líquidas de 1,010 bilhão de dólares e, pelo canal comercial, entradas de 2,365 bilhões de dólares.

Fonte: Reuters

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