Nas principais praças, preços “empatam” com os custos de produção

Nesta quinta-feira (22) as principais Bolsas de Suínos do mercado independente registraram aumento de preços, com alguns Estados chegando ao “empate” entre o preço de venda do animal e os custos de produção. Lideranças atribuem isso à proximidade das festividades de final de ano.

No mercado mineiro, o valor subiu nesta quinta-feira, passando de R$ 8,00/kg vivo para R$ 8,20/kg vivo segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), com preço sugerido pela entidade.

“A histórica ‘demanda de dezembro’ é a mais forte desde 2019 quando começamos os atuais modelos de registros de dados. Faz três semanas seguidas que o mercado está na faixa ‘eufórica’. Além dos efeitos atuais sobre os preços esse movimento de demanda firme ajuda no mês de janeiro de 2023”, apontou o consultor de mercado da entidade, Alvimar Jalles.

Segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), o valor do animal teve alta, saindo de R$ 7,16/kg para R$ 7,36/kg vivo nesta semana.

“Tivemos mais um aumento esta semana no preço do suíno. Isso se deve realmente às festividades de final de ano, que melhora a demanda, e também ao peso mais leve dos animais, que faz com que haja menos oferta. Com esse aumento, se chega no custo de produção, e esperamos que venha um ano em que a gente possa cada vez mais crescer e melhorar, porque os produtores já estão muito desanimados com a situação em que se encontra o setor”, disse o presidente da entidade, Losivanio de Lorenzi.

No estado do Paraná, considerando a média semanal (entre os dias 15/12/2022 a 21/12/2022), o indicador do preço do quilo vivo do Laboratório de Pesquisas Econômicas em Suinocultura (Lapesui) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve alta de 2,43%, fechando a semana em R$ 6,68/kg vivo.

“Espera-se que na próxima semana o preço do suíno vivo apresente alta, podendo ser cotado a R$ 7,01/kg vivo”, informa o reporte.

Em São Paulo, o preço passou de R$ 8,26/kg vivo para R$ 8,53/kg segundo dados da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), com acordo entre suinocultores e frigoríficos, com negociação realizada na segunda-feira (19).

“Nós fizemos mais uma vez uma Bolsa extraordinária, conforme compromisso firmado na última quinta-feira, com tentativa de realinhar os preços para esta semana. Hoje, em comum acordo com os frigoríficos, chegamos a um preço nominal de R$ 160,00 a arroba para entrega até o próximo domingo, ficando ainda em aberto para a próxima semana a necessidade de realizar outra Bolsa. Vamos observar como o mercado vai reagir”, disse Valdomiro Ferreira, presidente da APCS.

Ele complementa, explicando que esse valor acaba tendo uma relação de troca com o milho de uma arroba suína conseguir comprar 1,85 saca do cereal, lembrando que isso ainda não é o suficiente para uma relação saudável. “O preço de hoje leva a um patamar de igualdade com os custos de produção para granjas de alta produtividade. Ainda não chegamos no ideal, mas vamos ver como o mercado vai ficar nos próximos dias”, afirmou.

Fonte: Notícias Agrícolas